Iury de Oliveira | 10 de julho de 2025 - 09h25

Segurança reforçada reduz crimes patrimoniais em Mato Grosso do Sul no primeiro semestre de 2025

Campo Grande lidera a queda nos índices de roubos e furtos, reflexo do aumento de policiamento e uso de inteligência na segurança pública

SEGURANÇA
Crimes patrimoniais caem em Mato Grosso do Sul no 1º semestre de 2025, com destaque para Campo Grande. - (Foto: Divulgação)

Mato Grosso do Sul registrou uma queda significativa nos índices de crimes patrimoniais no primeiro semestre de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e apontam avanços concretos no combate a crimes como roubos e furtos em todo o estado, com destaque para Campo Grande, que apresentou os melhores resultados individuais.

A capital sul-mato-grossense, que concentra cerca de um terço da população estadual, viu os roubos em via urbana diminuírem 30,7% — passando de 875 ocorrências em 2024 para 612 neste ano. Outras modalidades de crime, como roubos em comércio, de veículos e em residências, também registraram quedas relevantes.

Conforme o levantamento, o número de roubos em comércio caiu de 42 para 39 casos (-7,1%), enquanto os roubos de veículos diminuíram de 94 para 75 (-20,2%). Já os roubos em residências passaram de 51 para 47 ocorrências, o que representa uma redução de 7,8%.

Furtos de veículos têm queda de mais de 30% na capital - Entre os crimes sem violência, os furtos de veículos apresentaram a queda mais expressiva na capital: 33,4%. Foram 908 casos no primeiro semestre de 2024, contra 605 neste ano. Já os furtos em residências se mantiveram estáveis, com pequena variação de 0,7% — de 2.062 para 2.077 registros.

Esses dados, segundo autoridades de segurança, refletem os investimentos feitos pelo governo estadual em inteligência policial, aumento de efetivo e estratégias de policiamento mais eficientes.

Policiamento ampliado e ações táticas fazem a diferença - Para o coronel Emerson de Almeida Vicente, comandante do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), a atuação das equipes de Radiopatrulhamento foi determinante para a redução dos índices. Ele explica que a inteligência policial tem monitorado semanalmente os índices criminais, o que permite ajustes rápidos nas estratégias de patrulhamento.

“Analisamos a mancha criminal e direcionamos o efetivo para as regiões que mais precisam. Isso nos permite agir com mais precisão e rapidez”, afirma o coronel. Ele também destacou o papel das reuniões mensais e do uso de dados estatísticos atualizados para o planejamento das operações.

O comandante ainda ressalta que o aumento no policiamento ostensivo e preventivo começou no fim de 2024, com a chegada de novos policiais, a ampliação dos setores de patrulhamento de 38 para 50 e a implementação de um projeto piloto de locação de viaturas. Além disso, diversas operações focadas em crimes patrimoniais vêm sendo realizadas desde então.

Celulares apreendidos

Tendência de queda também é estadual - O bom desempenho da segurança pública em Campo Grande acompanha a tendência estadual. Em todo o Mato Grosso do Sul, os dados do primeiro semestre de 2025 mostram quedas consistentes em várias modalidades de crime:

Esses resultados, segundo a Sejusp, são reflexo do trabalho integrado entre as forças policiais, com destaque para o uso da tecnologia e da inteligência policial.

Delegacia especializada combate receptação e alerta população - O delegado Fábio Leite Brandalise, titular da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos (Derf), também atribui os bons resultados à valorização dos agentes de segurança e ao fortalecimento das estruturas policiais. Segundo ele, a Derf tem atuado com firmeza não só em Campo Grande, mas também em cidades do interior.

“A Derf opera incansavelmente na repressão a crimes de roubos e furtos, desempenhando suas atividades em Campo Grande, mas também com abrangência em todo o interior do Estado”, afirma o delegado.

Brandalise aproveitou para alertar a população sobre o risco de se envolver involuntariamente em crimes de receptação, ao comprar produtos de origem duvidosa. Ele orienta que, ao adquirir itens usados, como celulares ou eletrodomésticos, o consumidor deve exigir nota fiscal ou recibo com a identificação do vendedor.

“É fundamental desconfiar de preços muito abaixo do mercado ou de vendas feitas por desconhecidos na rua. Prefira lojas estabelecidas. Se for abordado pela polícia, é importante ter como comprovar a origem do item adquirido, o que demonstra boa-fé”, alertou.

Consulta de celulares pelo IMEI é gratuita - No caso de celulares, a Derf orienta que a procedência seja verificada por meio do número IMEI, disponível no site da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A recomendação é exigir também os acessórios originais, como caixa, carregador e nota fiscal, que ajudam a comprovar a legalidade da compra.

“Tomando esses cuidados, o cidadão evita se envolver no crime de receptação, cuja pena pode chegar a oito anos de prisão”, alerta o delegado.