Conselho de Ética abre novo processo contra deputado que chamou Gleisi de 'prostituta'
Deputado já havia sido suspenso por três meses e agora volta a ser alvo por ofensas a Gleisi Hoffmann e Lindbergh Farias
NACIONALConselho de Ética da Câmara dos Deputados instaurou nesta terça-feira (8) um novo processo contra o deputado Gilvan da Federal (PL-ES) por quebra de decoro parlamentar. O pedido partiu da Mesa Diretora da Casa, após declarações ofensivas feitas pelo parlamentar a integrantes do governo federal, incluindo a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), e o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).
O episódio mais recente ocorreu durante uma sessão no plenário, quando Gilvan se referiu indiretamente à ministra usando termos de cunho sexual e provocou Lindbergh após ser chamado de “desqualificado”. O deputado não recorreu à decisão anterior que o suspendeu por três meses, em maio, pelo mesmo tipo de conduta.
Ofensas e ataques reiterados no plenário - De acordo com o relator do caso, deputado Ricardo Maia (MDB-BA), as declarações de Gilvan ultrapassaram os limites da liberdade de expressão no ambiente parlamentar. “Houve ataques pessoais e desqualificação moral, com uso de termos ofensivos e desrespeitosos, que ferem a dignidade das autoridades atingidas e os valores institucionais da Câmara”, afirmou Maia.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), assinou pessoalmente a representação encaminhada ao Conselho de Ética, em que afirma que o parlamentar do PL utilizou a palavra “amante” para se referir à ministra, ao mencionar investigações da Operação Lava Jato. Gilvan citava a chamada “lista da Odebrecht”, que relacionava políticos suspeitos de envolvimento em repasses ilegais.
Desde o início do mandato, em 2023, Gilvan da Federal vem acumulando episódios controversos. Em 2023, foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) por calúnia e difamação contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de “ladrão” e “corrupto” durante ato do Movimento Pró-Armas, em Brasília.
No mesmo evento, atacou verbalmente o então ministro da Justiça, Flávio Dino, hoje integrante do STF. Em outro episódio, já em junho de 2024, o parlamentar desafiou o senador Marcos do Val (Podemos-ES) para uma luta em um ringue, durante discurso no plenário da Câmara.
No fim de junho, também se envolveu em uma confusão durante sessão de comissão. Após um cidadão gritar “viva a maconha”, Gilvan empurrou o homem e exigiu que ele fosse revistado. Em dezembro do ano passado, chamou o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) de “traidor” em uma sessão do Congresso Nacional e precisou ser contido por seguranças.
O processo no Conselho de Ética pode resultar em nova suspensão ou até na cassação do mandato, caso a maioria dos membros entenda que houve reincidência grave. O colegiado deve agora definir prazo para apresentação de defesa e, posteriormente, iniciar a fase de oitivas e análise de provas.