Ex-assessor de Bolsonaro reforça equipe de defesa em ação penal sobre tentativa de golpe
Ex-assessor de Bolsonaro amplia banca de advogados às vésperas da fase de instrução do processo que apura plano golpista após eleições de 2022
NÚCLEO 2Filipe Martins, ex-assessor especial do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reforçou sua equipe de defesa na ação penal que investiga o chamado "núcleo 2" da suposta articulação golpista após as eleições de 2022. A nova composição da banca inclui o escritório do advogado Jeffrey Chiquini, de Curitiba (PR), que passa a atuar ao lado do advogado Ricardo Fernandes, responsável pela defesa desde o início do caso.
Segundo Fernandes, a entrada do escritório curitibano tem razões logísticas e estratégicas. “Eles já acompanham o processo há algum tempo e possuem estrutura física em Brasília, o que facilita a presença nos atos processuais”, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo. Ainda de acordo com o advogado, o reforço na equipe representa ganho de tempo em um momento de grande demanda.
A fase de instrução do processo está marcada para começar no próximo dia 14. Em publicação nas redes sociais, Chiquini declarou que a defesa pretende comprovar a inocência de Martins durante o andamento da ação. “Não nos calaremos diante de arbitrariedades, tampouco aceitaremos que a injustiça prevaleça contra um inocente”, afirmou o advogado.
Além de Filipe Martins, Chiquini também defende Rodrigo Bezerra Azevedo, militar citado nas investigações como um dos envolvidos em um suposto plano de assassinato contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Acusações da PGR - De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Filipe Martins participou da elaboração da chamada “minuta golpista”, documento que, segundo as investigações, foi apresentado por Bolsonaro a integrantes das Forças Armadas como proposta para invalidar o resultado das eleições de 2022.
A PGR afirma que Martins “apresentou e sustentou o projeto de decreto que implementaria medidas excepcionais”. Esse documento seria um dos principais elementos do suposto plano para impedir a posse de Lula, com base em uma alegação de fraude eleitoral que não foi comprovada.
Martins responde a uma ação penal no Supremo Tribunal Federal junto a outros aliados próximos do ex-presidente, em um processo que busca apurar as diversas frentes da articulação para tentativa de ruptura institucional.