Carlos Guilherme | 03 de julho de 2025 - 15h30

Sinpetro/MS critica suspensão de fiscalização em postos e alerta para risco de fraudes

Sindicato que representa postos de combustíveis em MS cobra retomada imediata da atuação da Agência Nacional do Petróleo

PREOCUPANTE
Suspensão da fiscalização da ANP nos postos preocupa sindicato dos combustíveis e aumenta temor de fraudes no setor - (Foto: Arquivo)

Suspensão da fiscalização nos postos de combustíveis em todo o país, anunciada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), provocou reação imediata do setor em Mato Grosso do Sul.

O Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul (Sinpetro/MS), classificou a paralisação das ações da ANP como “preocupante” e alertou para o risco direto de aumento nas fraudes, como adulteração de combustíveis e manipulação de bombas.

Segundo comunicado da própria ANP, a suspensão completa das fiscalizações começa já em julho, consequência de um corte no orçamento da agência. A redução de recursos já vinha afetando o número de estabelecimentos fiscalizados, e agora, o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC), um dos principais mecanismos de controle da ANP, também está sendo interrompido.

Setor cobra atuação constante - Para o Sinpetro/MS, a presença da ANP no mercado é essencial para manter a qualidade dos combustíveis e garantir segurança aos consumidores. Em nota, o sindicato reforçou a necessidade de que a agência federal “mantenha seu papel ativo e contínuo tanto no monitoramento quanto na fiscalização”, especialmente em um momento em que o país se prepara para mudanças significativas na composição dos combustíveis.

A partir de 1º de agosto, entram em vigor novas misturas obrigatórias no mercado nacional: o etanol passará para E-30 (30% na gasolina), e o biodiesel para B-15 (15% no diesel). Para o sindicato, a ausência de fiscalização nesse cenário é ainda mais grave.

Além disso, a entidade teme que a ausência de fiscalização possa penalizar injustamente estabelecimentos que atuam corretamente, ao abrir espaço para concorrência desleal de quem aproveita a falta de controle para adulterar produtos ou praticar irregularidades.

"Os revendedores de combustíveis (postos) demonstram total transparência e compromisso com a sociedade em geral ao demonstrar toda a indignação com o fato da suspensão das atividades da ANP", diz o comunicado.