Polícia procura homem suspeito de feminicídio em Costa Rica
Juliano Pinheiro de Oliveira fugiu em uma motocicleta após matar Rose Antônia de Paula; casal tinha histórico de violência doméstica
PROCURADOA Polícia Civil de Mato Grosso do Sul divulgou neste domingo (29) um cartaz de procurado para localizar Juliano Pinheiro de Oliveira, de 40 anos, suspeito de matar a companheira Rose Antônia de Paula, de 41. O crime aconteceu na noite de sexta-feira (27), em uma quitinete localizada em Costa Rica, cidade a cerca de 326 quilômetros de Campo Grande. O corpo da vítima só foi descoberto na manhã de sábado (28).
Segundo a investigação, Juliano é o principal suspeito de ter desferido um golpe de facão no pescoço de Rose. Imagens de câmeras de segurança e relatos de testemunhas apontam que ele deixou o local do crime por volta das 21h, pilotando uma motocicleta Yamaha Factor vermelha com placa de Costa Rica. A Polícia Civil pede que qualquer informação sobre o paradeiro do homem seja repassada para a Delegacia de Costa Rica pelo telefone (67) 3247-6500. O sigilo é garantido.
Facão usado no crime foi encontrado no local - Peritos da Polícia Científica estiveram no local do crime e encontraram o facão que teria sido usado no assassinato, além de outros elementos que estão sendo analisados. Sobre a cama da quitinete, estavam os documentos de ambos: o RG de Rose Antônia e a CNH de Juliano Pinheiro. Os vestígios reforçam a suspeita de que o crime foi cometido com premeditação e extrema violência.
Amigas encontraram o corpo após desconfiança - Na manhã de sábado, amigas de Rose estranharam a ausência da mulher no café da manhã que elas costumavam tomar juntas em um restaurante próximo da residência. Após tentarem contato telefônico sem sucesso, decidiram ir até a quitinete. Chegando ao local, perceberam que havia sangue escorrendo por baixo da porta. Assustadas, acionaram a Polícia Militar, mas antes mesmo da chegada da equipe, as mulheres forçaram a entrada e encontraram Rose já sem vida.
Relacionamento conturbado e histórico de agressões - Conforme informações de testemunhas ouvidas pela polícia, o casal mantinha um relacionamento há vários anos, marcado por episódios de violência doméstica. Rose morava atualmente em Bonito e tinha viajado até Costa Rica para visitar Juliano. Ela planejava retornar para casa no sábado, mas não chegou a embarcar. O crime reacende o alerta para casos de feminicídio no estado e destaca a importância das denúncias preventivas em casos de agressão e abuso.
Feminicídio em MS: números preocupam - Casos de feminicídio têm crescido no Mato Grosso do Sul. Segundo dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública, somente no primeiro semestre de 2025, já foram registrados mais de 20 casos de assassinato de mulheres motivados por gênero. A violência doméstica é apontada como o principal fator de risco. Organizações de apoio às mulheres reforçam que qualquer sinal de ameaça deve ser levado a sério e denunciado imediatamente.
Polícia mantém investigação ativa e reforça apelo à população - A Delegacia de Polícia Civil de Costa Rica continua as diligências para localizar Juliano Pinheiro. A Polícia não descarta a possibilidade de que ele tenha deixado o estado, mas também não há, até o momento, registros oficiais de sua saída. O delegado responsável pelo caso, que preferiu não ter o nome divulgado, afirmou que “qualquer informação, mesmo que pareça pequena, pode ser crucial para localizar o suspeito e garantir justiça à vítima”.
Apelo por justiça e proteção às mulheres - O caso de Rose Antônia mobilizou moradores de Costa Rica e também a população de Bonito, onde ela residia. Nas redes sociais, amigos e familiares prestaram homenagens e pediram por justiça. “Era uma mulher alegre, batalhadora, que não merecia esse fim”, comentou uma das amigas da vítima.
Organizações feministas e movimentos sociais também manifestaram solidariedade à família de Rose e cobraram ações mais efetivas do poder público para coibir a violência contra a mulher. Entre as demandas estão a ampliação das casas de acolhimento, medidas protetivas mais ágeis e campanhas de conscientização.