Iury de Oliveira | 26 de junho de 2025 - 12h35

Pix automático entra em vigor e facilita pagamentos recorrentes sem custo

Nova funcionalidade do Banco Central permite débitos periódicos com autorização única, mais controle e segurança para consumidores e empresas

PRATICIDADE
Pix automático facilita pagamentos recorrentes com segurança, controle e sem custo para pessoas físicas. - (Foto: Marcello Casal Jr/EBC)

Desde o dia 16 de junho, o Pix Automático passou a funcionar oficialmente no Brasil. A novidade, lançada pelo Banco Central, permite o pagamento automatizado de contas e serviços com periodicidade definida, como água, luz, mensalidades, academias e assinaturas, a partir de uma única autorização prévia do usuário.

Ao contrário do boleto, que exige ações manuais e pagamento mensal, ou do cartão de crédito, que tem taxas elevadas e depende de limite, o Pix Automático debita diretamente da conta do cliente sem custo adicional para pessoas físicas. A solução traz praticidade, agilidade e reduz atrasos.

Isa Maria Formaggio Marques, coordenadora do curso de Administração da Faculdade Anhanguera, ressalta que a inovação favorece tanto consumidores quanto empresas. “Para os usuários, há mais controle financeiro, pois é possível visualizar e cancelar autorizações a qualquer momento, além de contar com segurança reforçada, como autenticação e limites por dispositivo. Já os prestadores de serviço ganham previsibilidade no recebimento e redução de inadimplência, sem precisar firmar convênios com bancos ou arcar com taxas altas como ocorre no débito automático tradicional”, explica.

Como funciona o Pix automático - A ativação é feita por meio de uma autorização única no aplicativo do banco ou por QR Code. A partir disso, o sistema realiza os débitos automaticamente, de acordo com a periodicidade acordada com o fornecedor.

O débito só acontece se houver saldo disponível. Caso não haja, o sistema realiza até quatro novas tentativas, seguindo protocolos definidos pelo Banco Central. Para pessoas físicas, o uso é gratuito. Empresas podem ser tarifadas conforme política das instituições.

Quem se beneficia - A nova modalidade é voltada principalmente a consumidores sem cartão de crédito, que agora podem aderir a pagamentos recorrentes com mais facilidade. Já para pequenos negócios e prestadores de serviço, o Pix Automático representa redução de custos e menos inadimplência, eliminando a necessidade de boletos ou convênios com bancos.

Limites e segurança - Transações feitas por dispositivos não cadastrados ficam limitadas a R$200 por operação e até R$1.000 por dia. Dispositivos cadastrados anteriormente seguem sem limitação. Segundo Isa Formaggio, as instituições financeiras devem manter sistemas antifraude compatíveis com exigências do Banco Central, realizar análises semestrais de risco e emitir alertas claros ao usuário.

“Transações via dispositivo não cadastrado ficam limitadas a R$200 por operação, com máximo de R$1000 por dia. Dispositivos antigos permanecem sem limitação, desde que cadastrados anteriormente. Aos bancos, permanecem a obrigatoriedade de alguns recursos de segurança, tais como sistemas antifraude compatíveis com Banco Central, análise semestral de riscos e alertas claros para usuários”, destaca a professora.

E em caso de fraude? - Se o usuário for vítima de golpe ou fraude, deve acionar imediatamente a instituição bancária. A recomendação é que seja feito um boletim de ocorrência e que o usuário reúna notificações bancárias e registros de acesso. O banco poderá aplicar o Mecanismo Especial de Devolução (MED), que bloqueia os valores envolvidos e permite avaliação em até sete dias.

“Registre boletim de ocorrência, simulando prova oficial do golpe, e utilize notificações bancárias e mantenha logs; isso ajuda na contestação”, finaliza Isa Formaggio.