Dois exemplos de Mato Grosso do Sul estão mostrando ao país que não é preciso ser grande para fazer a diferença. Um vem do chão das ruas, com os catadores de materiais recicláveis, que estão virando empreendedores ambientais com apoio do Sebrae. O outro começa na casa das pessoas, com a empresa Digna, que desenvolve soluções simples e acessíveis de saneamento básico para famílias sem acesso a banheiro.

Ambos os projetos têm algo em comum: o foco no ser humano e no impacto positivo que ações sustentáveis podem ter nas comunidades.

Catadores que hoje ensinam e inspiram - Com o projeto MS Pró-Catadores, o Sebrae/MS ajuda dez grupos de catadores em todo o Estado a se organizarem melhor, aprenderem mais sobre gestão, firmarem contratos com prefeituras e a serem vistos como profissionais essenciais para o meio ambiente. “O projeto mostra que os catadores não são só trabalhadores da reciclagem. Eles também educam, cuidam da cidade e mostram caminhos mais sustentáveis”, afirma Jorge Tadeu Veneza, do Sebrae/MS.

A Coopercicla, de Amambai, é um exemplo. Antes com dificuldades na parte burocrática, hoje o grupo já vê mudanças na organização e na autoestima dos seus membros. “Com as orientações que recebemos, melhoramos nossos documentos, nossa gestão e nosso jeito de trabalhar”, conta Danilo Souza Silva, presidente da cooperativa.

Os grupos também têm participado de eventos nacionais, como o seminário realizado em junho em Brasília, onde cooperativas de 17 Estados trocaram experiências, discutiram dificuldades e reforçaram o papel dos catadores como protagonistas da sustentabilidade.

Digna: banheiro como instrumento de dignidade - Outro exemplo que parte de uma ideia simples, mas poderosa, é a startup Digna, também de Mato Grosso do Sul. A empresa oferece banheiros secos e acessíveis para famílias que vivem em áreas sem saneamento. Com baixo custo, fácil instalação e impacto direto na saúde e qualidade de vida, a Digna está ganhando espaço nacional e até prêmios de inovação.

A empresa trabalha em parceria com comunidades rurais e urbanas de baixa renda, mostrando que inovação social também vem de lugares esquecidos pelo poder público.

Enquanto os catadores reciclam e cuidam da cidade, a Digna leva dignidade básica para dentro das casas. São soluções diferentes, mas com um mesmo propósito: transformar vidas com sustentabilidade e respeito.

Quando o propósito fala mais alto - O que une essas duas histórias não é o tamanho das organizações, mas sim a força do impacto gerado. São ações construídas a partir de necessidades reais, que olham para o ser humano antes de tudo, e que mostram como a sustentabilidade pode — e deve — começar pequena, perto, comunitária e acessível.

É o tipo de exemplo que mostra que Mato Grosso do Sul está se tornando um polo de inovação social, onde empresas, cooperativas e projetos públicos caminham juntos para construir um futuro melhor para todos.