'Nenhum gasto é bem-vindo, a não ser os imprescindíveis', diz Haddad
O ministro associou o juro mais alto em quase 20 anos ao antecessor de Gabriel Galípolo no Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro
MINISTRO DA FAZENDAO ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira, 24, que o debate a respeito de um eventual aumento das despesas públicas "está congelado" até o País encontrar o caminho da sustentabilidade dos gastos.
"Aumento de gasto público é quando tem necessidade de fazer, em que se faz necessário. Estamos num momento em que vamos congelar o debate sobre aumento de gastos, até encontrar o caminho da sustentabilidade dos gastos. Neste momento, nenhum aumento de gasto é bem-vindo, a não ser os imprescindíveis", disse Haddad em entrevista à TV Record.
"É hora de dar o exemplo e falar: Olha, menos. Na situação do Brasil, menos é mais. Se formos parcimoniosos, prudentes nas despesas, teremos mais crescimento. Hoje, temos de ser muito cautelosos. O Brasil tem chance de entrar num ciclo virtuoso", acrescentou Haddad.
A entrevista foi gravada nesta terça, e alguns trechos foram publicados no site R7, antes de a íntegra ir ao ar às 22h30 na Record News.
O ministro associou o juro mais alto em quase 20 anos ao antecessor de Gabriel Galípolo no Banco Central, Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele afirmou que a alta da Selic foi contratada na última reunião da qual Campos Neto participou.
"Não dá para dar cavalo de pau em política monetária; tem que ter muita cautela", acrescentou.
Ele disse também que Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, carrega a memória do mandato anterior. "Precisamos dar tempo ao tempo", disse.