Entre sapatilhas e sonhos: jovens de Corumbá mostram que a dança pode mudar vidas
Grupo do Moinho Cultural participa de competição pela primeira vez, ganha prêmios e emociona com histórias reais de superação
TRANSFORMAÇÃOUm grupo de jovens de Corumbá, no interior de Mato Grosso do Sul, provou que com dedicação e amor pela arte, é possível realizar sonhos. Eles fazem parte da Cia Juvenil do Instituto Moinho Cultural Sul-Americano e participaram pela primeira vez de uma competição de dança, o Prêmio Onça Pintada, em Campo Grande.
Mesmo sendo a estreia deles em um festival competitivo, os jovens voltaram para casa com dois prêmios importantes:
2º lugar com a dança contemporânea chamada “YBYTU”,
3º lugar com o balé clássico “Pássaro Azul”, apresentado por Ana Michelle e Marcos Vinícius.
Mais do que prêmios, foi uma experiência que mudou vidas - Os prêmios foram motivo de orgulho, mas o mais importante foi a chance de viver algo novo. Muitos dos jovens nunca tinham se apresentado em um teatro grande ou saído de Corumbá para mostrar sua arte.
“Minha experiência foi incrível! Fiquei muito feliz de ter ficado no pódio representando a instituição que eu amo e que sempre me apoia nos meus sonhos”, contou Ana Michelle, uma das bailarinas premiadas.
A professora Aline Espírito Santo, que acompanha os alunos, falou sobre o orgulho que sente. “Eles vêm de uma cidade pequena, longe dos grandes centros. Conquistaram esse espaço com muito esforço e responsabilidade.”
Dança que vem do coração e carrega significado - A coreografia “YBYTU”, criada pelo professor Kelven Alex, foi inspirada na palavra tupi-guarani que significa “vento”. A apresentação mostrou a força e a liberdade dos corpos em movimento. “A gente ensaiou essa coreografia desde o ano passado. Foi emocionante ver nossas alunas ganhando reconhecimento por isso”, contou Kelven.
Apoio para enfrentar o medo e ganhar confiança - Ir para um festival grande, cheio de público, é um desafio. Por isso, o Moinho levou junto uma equipe com psicólogos e educadores, que ajudaram os jovens a controlar o nervosismo e acreditar em si mesmos.
A diretora do Instituto, Márcia Rolon, explicou a importância dessa viagem. “Em Corumbá a gente nem tem teatro. Levar os alunos para um evento assim é abrir uma porta na vida deles. Eles voltam mais confiantes, com autoestima e prontos para sonhar mais alto.”
Ex-aluno volta como convidado especial - Um dos momentos mais emocionantes foi a apresentação de Marcos Souza, ex-aluno do Moinho. Ele foi premiado como Melhor Bailarino no ano passado e, neste ano, voltou ao festival como convidado. Marcos dançou dois solos: um clássico e um criado por ele mesmo.
“Está sendo uma experiência incrível. Sou muito grato ao Moinho, à Márcia e a toda equipe. Estou amando tudo isso”, disse Marcos, mostrando que o apoio certo pode transformar vidas.
Dança como caminho para o futuro - O Instituto Moinho Cultural é uma escola de arte que atende crianças e jovens de Corumbá. Lá, eles aprendem dança, música e recebem apoio para crescer com mais oportunidades. Muitos dos alunos vivem em bairros simples, com poucas chances de acesso à cultura.
Com o apoio da Andorinha e da LHG, os 16 jovens da Cia Juvenil puderam viajar, competir e voltar para casa cheios de orgulho. Eles provaram que a dança pode ser mais do que um passatempo — pode ser uma forma de mudar o destino.