Restos mortais de servidora assassinada em Nioaque são liberados pelo IML para sepultamento
Leiza Ávila Ferraz, de 59 anos, foi assassinada em outubro do ano passado e teve o corpo incinerado em lixão. Autor do crime está preso e vai a júri popular
FATALIDADERestos mortais da servidora pública aposentada Leiza de Ávila Ferraz, 59, foram liberados na tarde desta terça-feira (24) pelo Instituto Médico Legal (IML) de Jardim, a 230 km de Campo Grande. O material será levado para Nioaque, cidade onde a vítima morava e foi executada pelo pedreiro Aleksandro de Souza, 49.
Leiza foi morta de forma brutal em outubro do ano passado. O corpo, segundo as investigações da Polícia Civil, foi incinerado e deixado no lixão municipal de Nioaque. O autor do crime, está preso no presídio de Jardim e será julgado por latrocínio — roubo seguido de morte.
Após ser localizada no lixão da cidade, parte dos restos mortais de Leiza foi enviada ao IML de Campo Grande para exames. A confirmação da identidade da vítima só foi possível por meio de análise de DNA e reconhecimento de uma prótese dentária, além da arcada.
Com a confirmação oficial, o material foi transferido para o IML de Jardim, de onde, nesta terça-feira, foi recolhido pela funerária Pax Renascer para ser encaminhado à família. O sepultamento está previsto para ocorrer ainda na manhã desta quarta, no cemitério de Nioaque.
Desaparecimento e investigação - Leiza desapareceu em 2 de outubro de 2024. A família, que continuou recebendo mensagens do celular da vítima mesmo após o sumiço, procurou a polícia. Durante as investigações foi constatado que o imóvel da servidora estava intacto, com objetos pessoais no local, exceto o celular, que havia sumido.
O aparelho foi localizado em Nioaque, e a partir daí a polícia chegou ao pedreiro que tinha relação próxima com a vítima e havia prestado serviços na casa dela. Após negar envolvimento inicialmente, ele acabou confessando o crime.
A investigação aponta que o pedreiro matou Leiza em busca de bens materiais. Ele acreditava que a servidora guardava dinheiro em casa, o que o teria motivado a cometer o crime.
O pedreiro foi preso e está custodiado no presídio de segurança máxima da região. Ele responderá por latrocínio, crime que une roubo à morte da vítima, agravado ainda pelas circunstâncias da ocultação de cadáver e incineração do corpo.
O assassinato de Leiza causou forte comoção em Nioaque, onde ela era bastante conhecida por sua atuação como servidora da Prefeitura Municipal. Segundo relatos de moradores, era uma pessoa respeitada e querida na comunidade.
O prefeito da cidade na ocasião, Valdir Júnior (PSDB), lamentou o ocorrido. "Com profundo pesar, recebo a triste notícia do falecimento da Leiza, que dedicou mais de 30 anos de sua vida ao serviço público na nossa prefeitura. Leiza, que havia recém-aposentado, deixa um legado de trabalho, comprometimento e amizade. Aos familiares e amigos, ofereço meus mais sinceros sentimentos e desejo que encontrem conforto neste momento de dor. Que a justiça seja feita para aqueles que, com tanta crueldade, cometeram este ato", disse o comunicado na época.