Alta do IOF acende alerta no setor de transporte de cargas no Estado, avalia presidente do Setlog/MS
Setlog/MS critica aumento do imposto e teme agravamento da crise no setor produtivo
ECONOMIAO recente aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pelo Governo Federal, gerou forte reação no setor de transporte de cargas e logística. Para o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog/MS), a medida representa um novo obstáculo para um segmento que já enfrenta sérias dificuldades desde a pandemia.
Segundo Cláudio Cavol, presidente do Setlog/MS, o reajuste no IOF pode agravar ainda mais a crise que afeta empresas que dependem de crédito para manter suas operações. “Estamos vivendo um colapso silencioso. O setor produtivo já estava mergulhado em seu pior momento, e a reforma tributária veio como um segundo golpe. Agora, o aumento do IOF representa o desmonte final”, declarou Cavol.
Impacto direto na atividade econômica - O transporte de cargas é peça fundamental para o funcionamento da economia. As empresas do setor utilizam crédito para investir na renovação da frota, na compra de equipamentos e para garantir o capital de giro. Com o custo financeiro mais alto, operações básicas ficam inviáveis para muitas companhias, o que pode resultar em cortes, demissões e até fechamento de negócios.
Cláudio Cavol avalia que a medida atinge não apenas o transporte, mas provoca uma reação em cadeia. “O aumento do IOF eleva o custo do frete, o que acaba sendo repassado ao preço dos produtos. No fim, quem paga essa conta é o consumidor”, explica.
Outro ponto destacado pelo Setlog/MS é a ausência de diálogo entre o governo federal e os representantes do setor produtivo. Cavol ressalta que decisões dessa magnitude não podem ser tomadas de forma unilateral. “Não é possível que se tomem decisões dessa magnitude sem ouvir quem gera emprego e faz a roda da economia girar. O aumento do IOF não é ajuste fiscal — é um ataque à sobrevivência de milhares de empresas”, afirma.
Para o presidente do sindicato, a falta de previsibilidade e o aumento constante da carga tributária reduzem a competitividade do país e afastam novos investimentos. “Tudo aumenta, nada reduz. Aumentar imposto em um país que já tem uma das cargas tributárias mais pesadas do mundo é afundar ainda mais quem produz. O transporte é o motor da economia, e estão jogando areia nesse motor”, diz Cavol.
Ele também alerta que a política fiscal precisa ser conduzida com responsabilidade, para evitar que o ambiente de negócios se deteriore ainda mais. “Sem previsibilidade, sem incentivo e com impostos sufocando, o Brasil perde competitividade e afasta investimentos. O prejuízo será de todos”, conclui.