Mascarado de 'A Viagem' mora em Campo Grande e relembra desafio do papel
Breno Moroni viveu Adonay na novela da Globo e usou mímica após falha no som da máscara; personagem será desvendado nesta semana no Vale a Pena Ver de Novo
EM ALTAMistério que tem prendido a atenção dos telespectadores na reprise da novela "A Viagem", o personagem mascarado será revelado nos próximos capítulos da trama exibida no Vale a Pena Ver de Novo, na Globo. Por trás da máscara está o ator Breno Moroni, hoje com 71 anos, que deu vida a Adonay, ex-namorado de Carmem (Suzy Rêgo) e sobrevivente de um grave acidente aéreo.
O acidente deixou marcas profundas no rosto do personagem, razão pela qual Adonay permanece encoberto por uma máscara na maior parte da novela. Na época da primeira exibição, em 1994, a identidade do personagem causou grande curiosidade no público, o que se repete agora na reexibição.
Atualmente, Breno Moroni vive em Campo Grande, onde atua como artista de teatro, professor e diretor. Além da atuação, ele se dedica à formação de artistas, com cursos voltados para mímica, circo e expressão corporal.
Improviso virou solução em cena decisiva - Em entrevista ao G1 MS, Moroni contou detalhes dos bastidores e relembrou como surgiu a oportunidade de interpretar o personagem. "Me chamaram numa sexta-feira para gravar na segunda. Era um monólogo enorme, mas o som abafado da máscara não funcionava. Transformei tudo em mímica", revelou o ator, que é também mímico profissional.
O papel, inicialmente considerado pequeno e até recusado por outros atores por não permitir mostrar o rosto, foi encarado por Moroni como um desafio artístico. "Soube que outros atores não quiseram por esconder o rosto. Eu encarei. Enquanto alguns querem aparecer, eu preferi o desafio", afirmou.
Carreira na TV e no teatro - O sucesso como Adonay rendeu a Moroni outros convites na televisão. Ele participou das novelas O clone (2001), Um anjo caiu do céu (2001) e Kubanacan (2003), todas na TV Globo. Sua última participação na telinha foi na série Mandrake, da HBO Brasil, em 2005.
Longe da TV há quase duas décadas, o ator se mantém ativo no teatro e na educação artística. Em Campo Grande, tornou-se referência na formação de jovens artistas, mantendo viva a conexão entre o corpo, a expressão e a arte.