Maria Magnabosco | 09 de junho de 2025 - 15h45

Boulos critica militância passiva e lança caravana para reagir à ofensiva da direita

Deputado do PSOL diz que esquerda virou "comentarista de Twitter" e propõe mobilização em 15 Estados até agosto

NACIONAL
Guilherme Boulos discursa durante encontro com lideranças locais em São José do Rio Preto, na primeira parada da caravana Contra-Ataque - (Foto: ABrasil)

Deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) subiu o tom contra parte da militância de esquerda nesta segunda-feira (9) ao afirmar que muitos ativistas se limitam a “comentar no Twitter” enquanto a extrema direita avança no debate público. Segundo ele, é hora de mudar a postura e “colocar a mão na massa”.

Em vídeo publicado em seu perfil na rede social X (antigo Twitter), o parlamentar declarou que o campo progressista tem se resignado e perdido espaço na comunicação política, enquanto grupos bolsonaristas seguem ativos, organizados e pautando o debate.

“Estamos no governo, mas quem está na ofensiva, pautando os debates e indo pra cima, é a extrema direita”, disse o deputado.

Campanha “Contra-Ataque” mira 2026 - As críticas vieram acompanhadas do anúncio de uma nova campanha política batizada de Contra-Ataque, idealizada por Boulos com o objetivo de rearticular a militância de esquerda e preparar o terreno para as eleições de 2026.

A proposta é percorrer 15 Estados até agosto, promovendo encontros com movimentos sociais, sindicatos e organizações populares. A primeira parada da caravana aconteceu em São José do Rio Preto (SP), onde o deputado se reuniu com lideranças locais, estudantes e ativistas culturais.

A agenda ainda prevê passagens por cidades do interior paulista como São Carlos, Campinas, Araraquara e Taboão da Serra, antes de expandir a mobilização para outras regiões do país.

A iniciativa tem o apoio do PSOL e busca reverter o cenário de desmobilização que, na avaliação do deputado, enfraquece a atuação da esquerda no país. Segundo Boulos, a extrema direita continua dominando as redes sociais, o que contribui para uma imagem negativa do governo Lula e bloqueia o avanço de pautas progressistas.

“Ou a esquerda organiza sua base popular, ou vai continuar perdendo espaço e sendo reativa”, alertou.