A promessa de um dos maiores salários do serviço público estadual — R$ 32.260,69 — não foi suficiente para garantir aprovados na segunda fase do concurso para promotor de justiça substituto do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS). O edital divulgado no Diário Oficial da instituição confirmou: nenhum dos cerca de 200 candidatos que avançaram até a prova escrita conseguiu atingir a média mínima de 6, exigida para passar de fase. Resultado: nenhuma das 10 vagas disponíveis foi preenchida.

O contraste entre o prestígio do cargo e o desempenho dos candidatos chamou a atenção de quem acompanha concursos públicos no Estado. Com cerca de 2 mil inscritos no total, apenas 10% haviam conseguido seguir para a prova escrita após acertarem pelo menos 60% das questões objetivas. Mas nem mesmo esse grupo mais experiente conseguiu superar a exigência da banca examinadora.

A melhor média obtida foi 5,95, apenas cinco décimos abaixo da nota mínima. O pior desempenho ficou em 0,63, de um candidato que respondeu apenas uma das sete provas aplicadas, cada uma abordando um ramo do Direito.

A divulgação oficial do resultado aconteceu após audiência pública realizada na Procuradoria de Justiça, no Parque dos Poderes. Desde então, candidatos usam as redes sociais para expressar frustração com o que consideram um resultado desproporcional ao esforço exigido.

“Prova de alto nível”, mas com surpresa geral - Com histórico de concursos exigentes, o MPMS não respondeu até o momento sobre a repercussão da reprovação total. A instituição já era conhecida pelo grau de dificuldade das seleções, mas o desfecho desta edição surpreendeu até mesmo os mais preparados.

As próximas etapas — análise psicotécnica, investigação social, prova oral e de tribuna — não poderão ser iniciadas, já que não houve aprovados para avançar. Os candidatos, no entanto, ainda podem apresentar recursos entre os dias 9 e 13 de fevereiro.

Enquanto isso, o concurso fica paralisado, com as 10 vagas de promotor substituto abertas e o alto salário em espera.