Com foco técnico, Consórcio Guaicurus aposta em consultoria para melhorar gestão
Consórcio Guaicurus recorre a especialistas para apoiar gestão e CPI debate legalidade e transparência da atuação
TRANSPORTE COLETIVOEm meio às discussões da CPI do Transporte, realizada nesta segunda-feira (2), a contratação de especialistas pelo Consórcio Guaicurus entrou em pauta como reflexo da busca por decisões mais bem embasadas. O foco foi a atuação do economista Renato Assis Coutinho, ex-diretor da Agereg (Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados), que hoje presta consultoria técnica à concessionária do transporte coletivo de Campo Grande.
Renato ocupou o cargo de diretor de estudos econômico-financeiros até abril de 2024 e, após deixar a função pública, passou a oferecer serviços técnicos por meio de sua empresa. Durante a oitiva, ele reforçou que não há qualquer impedimento legal em sua atuação no setor privado. “Não existe ilegalidade. A legislação atual não prevê quarentena e permite que um ex-servidor atue com consultoria na área em que tem conhecimento”, explicou.
O vereador Maicon Nogueira (PP) questionou a contratação, destacando que essa transição entre o setor público e privado pode enfraquecer a separação entre quem fiscaliza e quem é fiscalizado. Renato rebateu, afirmando que sua contribuição é exclusivamente técnica. “Meu papel é usar o conhecimento adquirido em anos de experiência para apoiar projetos com base em dados e eficiência. Isso é legítimo e previsto em lei”, destacou.
A presença de especialistas tem sido uma estratégia adotada pelo Consórcio Guaicurus para reforçar a qualidade das decisões internas. A contratação de profissionais técnicos ajuda a documentar justificativas, análises e propostas dentro do contrato de concessão — especialmente diante do intenso debate público sobre a operação do transporte coletivo.
Na mesma sessão, o atual diretor de estudos da Agereg, Luciano Assis Silva, confirmou que a agência recebe informações diretamente do consórcio sobre o número de passageiros e gratuidades. Ele também relatou a falta de equipe suficiente para produzir análises mais profundas, como o impacto da isenção do ISSQN (Imposto Sobre Serviços), prevista no contrato desde 2013.
Apesar das divergências, a audiência reforçou a importância do uso de dados técnicos nas discussões sobre o transporte público da cidade. Para o Consórcio Guaicurus, o apoio de especialistas pode ser visto como sinal de preocupação com a prestação de contas, com a transparência e com a profissionalização dos processos internos.