Daniela Amorim | 27 de maio de 2025 - 09h05

Inflação desacelera em maio, mas energia e remédios puxam alta no custo de vida

IPCA-15 sobe 0,36% no mês e acumula 5,40% em 12 meses; medicamentos e energia elétrica estão entre os principais vilões

IBGE
Despesas com saúde e cuidados pessoais subiram 0,91% em maio - (Foto: Arquivo)

Preços ao consumidor registraram alta de 0,36% em maio, segundo o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15), divulgado nesta terça-feira (27) pelo IBGE. Apesar de mostrar desaceleração frente ao índice de abril (0,43%), o resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que estimava avanço de 0,44%.

Com o resultado do mês, a inflação acumulada em 2024 chegou a 2,80%, enquanto o acumulado em 12 meses alcançou 5,40%, acima da meta central do Banco Central para o ano. O intervalo das projeções ia de 5,39% a 5,58%.

Energia elétrica e medicamentos estão entre os principais aumentos - Os gastos com habitação tiveram uma alta de 0,67% em maio, puxados principalmente pela energia elétrica residencial, que subiu 1,68%. Essa foi a maior contribuição individual ao índice do mês (0,06 ponto percentual), impulsionada pela adoção da bandeira tarifária amarela, que acrescenta R$ 1,885 por cada 100 kWh consumidos.

Reajustes em diversas capitais também influenciaram o resultado. Salvador teve aumento de 2,07% a partir de 22 de abril, o Recife registrou 3,33% a partir de 29 de abril, enquanto Fortaleza teve uma redução de 1,68%.

Outros serviços essenciais também subiram: água e esgoto aumentaram 0,51%, devido a reajustes aplicados em Recife (9,98%), Goiânia (4,17%) e Porto Alegre (6,58%). O gás encanado teve variação de 0,12%, após reajuste médio de 0,77% no Rio de Janeiro.

Saúde também pesa no bolso com alta nos medicamentos - Despesas com saúde e cuidados pessoais subiram 0,91% em maio, com destaque para os produtos farmacêuticos, que avançaram 1,93%, reflexo do reajuste autorizado de até 5,09% nos preços dos medicamentos desde o fim de março.

Planos de saúde também tiveram alta, com variação de 0,57%, tornando-se a quarta maior contribuição individual para o IPCA-15 do mês, atrás apenas de energia elétrica, batata-inglesa e café moído.