Um alerta importante foi ligado para o Pantanal: o risco de uma nova seca e queimadas em 2025 está aumentando. O motivo é a Fase Neutra, uma condição climática que deve continuar até pelo menos agosto e que, segundo especialistas, está ligada a períodos de seca forte e incêndios no bioma.

Essa informação vem do Climate Prediction Center (CPC), ligado ao governo dos Estados Unidos, que afirma que há 74% de chance de a Fase Neutra continuar nos próximos meses.

O que é a Fase Neutra? A Fase Neutra acontece quando a temperatura do mar no oceano Pacífico está estável, sem o aquecimento do El Niño ou o resfriamento do La Niña. Parece algo tranquilo, mas, no caso do Pantanal, essa estabilidade já causou problemas no passado.

Segundo a ONG Ecoa (Ecologia e Ação), a Fase Neutra esteve presente nas maiores secas do Pantanal, como na década de 1960 e no período entre 2019 e 2020, quando o fogo destruiu grandes áreas do bioma.

 Como está o Pantanal agora? Desde o fim de 2024, a parte norte do Pantanal recebeu boas chuvas. Mas a parte sul teve menos água que o normal. A partir de março de 2025, voltou a chover em rios importantes como o Miranda, Aquidauana e Taquari, todos no Mato Grosso do Sul.

Essas chuvas melhoraram a situação das plantas e reduziram, por enquanto, o risco de incêndios precoces — que são os que acontecem antes da estação seca, prevista entre julho e setembro.

Mesmo assim, os especialistas continuam preocupados, já que a estiagem longa ainda pode chegar por causa da Fase Neutra.

O que pode acontecer nos próximos meses? Entre junho e agosto, a chance de a Fase Neutra continuar é muito alta. Entre agosto e outubro, essa chance ainda é de mais de 50%.

A partir de novembro, há uma chance de 41% de o fenômeno La Niña aparecer — o que, se acontecer, pode agravar ainda mais a seca no Centro-Oeste, atingindo diretamente o Pantanal.

A possibilidade de El Niño é baixa, menor que 15%.

Por que isso é preocupante? O Pantanal é a maior planície alagada do mundo e um dos lugares mais importantes da natureza no Brasil. Ele abriga muitas espécies de animais, ajuda no equilíbrio da água e é fonte de renda para populações tradicionais, com atividades como a pecuária e o turismo.

Quando o fogo atinge o Pantanal, o prejuízo é enorme. Em 2020, por exemplo, 30% da área do bioma queimou. Além de matar animais e destruir a vegetação, os incêndios afetam diretamente ribeirinhos, indígenas e pequenos produtores.

O que está sendo feito? Mesmo com a chuva recente, a atenção continua. A ONG Ecoa e outros grupos mantêm monitoramento constante e fazem ações de prevenção com ajuda de órgãos públicos e moradores locais.

Essas ações são importantes para identificar os riscos com antecedência, evitar que o fogo se espalhe e proteger o bioma.

O que esperar agora? Os meses de junho, julho e agosto serão decisivos. Se as chuvas diminuírem muito e a Fase Neutra continuar, o risco de novos incêndios será alto.

A mensagem dos especialistas é clara: é preciso ficar alerta, acompanhar os dados e agir antes que o problema volte a crescer. O Pantanal já sofreu demais — e pode voltar a sofrer se nada for feito.