Redação | 26 de maio de 2025 - 10h15

Filme de Walter Salles sobre ditadura entra na lista dos melhores do New York Times

Ainda Estou Aqui, estrelado por Fernanda Torres, foi elogiado por atuação e indicado ao Oscar; história retrata drama familiar durante a repressão militar

CLÁSSICO NACIONAL
Jornal francês 'Le Monde' criticou 'Ainda Estou Aqui'. - (Foto: Alile Dara Onawale/Divulgação)

Longa Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi incluído na prestigiada lista dos "Melhores filmes de 2025, até agora", publicada pelo jornal americano The New York Times na última sexta-feira (23). A produção brasileira divide espaço com títulos como Pecadores, Blackbag e a animação Wallace & Gromit: Vengeance Most Fowl.

A crítica de cinema Alissa Wilkinson, responsável pela seleção, destacou a força dramática do filme e chamou atenção para a atuação de Fernanda Torres no papel de Eunice Paiva, personagem central da trama. “Seu olhar penetrante é magnético”, escreveu a jornalista.

Indicações e prêmios internacionais - Mesmo lançado em novembro de 2024, Ainda Estou Aqui alcançou grande visibilidade em 2025, recebendo diversas indicações em premiações internacionais, como o Globo de Ouro e o Oscar — onde venceu na categoria de Melhor Filme Internacional.

A produção também teve forte desempenho nas bilheterias, ultrapassando os R$ 200 milhões em arrecadação, consolidando-se como um dos maiores sucessos recentes do cinema nacional.

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, o filme narra a trajetória de sua mãe, Eunice, durante a ditadura militar brasileira. A história parte do desaparecimento e morte de Rubens Paiva, engenheiro civil e ex-deputado federal, em 1971, após ser preso por agentes da repressão no Rio de Janeiro.

A narrativa acompanha a luta silenciosa de Eunice, que mesmo sob forte trauma, tenta entender o que houve com o marido e manter os filhos protegidos da brutalidade do regime. O filme revela como, em meio à dor, ela precisou assumir o papel de liderança na família, escondendo das crianças a dimensão da tragédia.

Ao integrar a lista do New York Times, Ainda Estou Aqui reforça a relevância da produção cinematográfica brasileira em circuitos internacionais. O reconhecimento não apenas valoriza o trabalho da equipe envolvida, mas também destaca a importância de se revisitar momentos sombrios da história nacional por meio da arte.

O filme permanece em cartaz em diversas salas e plataformas de streaming, atraindo novos públicos e ampliando o alcance da obra para além das fronteiras do Brasil.