Claudio Cavol, o empresário que virou símbolo da estrada que vai ligar o Brasil ao Oceano Pacífico
Presidente do SETLOG/MS, ele teve a ideia de buscar um novo caminho para levar produtos brasileiros para fora do país, passando por outros países da América do Sul
EXPORTAÇÃONem todo mundo conhece o nome Claudio Cavol, mas ele é uma das pessoas que mais lutam para tirar do papel um dos maiores projetos de transporte da América do Sul: a Rota Bioceânica. Essa rota é uma estrada que vai ligar o Brasil aos portos do Oceano Pacífico, passando por Paraguai, Argentina e Chile. Isso vai facilitar o envio de produtos brasileiros para outros países, sem precisar passar por portos do Sudeste do Brasil.
Claudio Cavol é presidente do SETLOG/MS, o sindicato das empresas de transporte e logística de Mato Grosso do Sul. Ele participou nesta quinta-feira (22) do XVI Congresso de Direito Tributário, Constitucional e Administrativo, em Campo Grande, e falou sobre o projeto no painel que discutiu comércio e transporte entre países vizinhos.
Tudo começou com um problema nos portos - Cavol contou que teve a ideia da rota em 2012, quando o porto de Paranaguá (PR) estava com problemas e não dava conta de tanta carga. “Naquela época, resolvemos buscar outro caminho. Foi aí que pensamos na rota pelo Pacífico”, explicou.
Desde então, o SETLOG passou a organizar viagens com empresários e autoridades para estudar e planejar esse novo caminho, que agora está sendo construído com apoio dos governos.
Uma estrada pronta não é o bastante - Durante o evento, Cavol fez um alerta importante: a estrada pode ficar pronta até o fim de 2026, mas se os problemas nas fronteiras entre os países não forem resolvidos, os caminhões não vão conseguir passar com facilidade. Ele se referia à burocracia, que são as regras e exigências que dificultam o transporte entre países. “Se não resolvermos os entraves nas fronteiras, teremos uma rota linda, mas sem caminhões passando por ela”, disse Cavol.
O governo também está envolvido - O ministro João Carlos Parkinson, do Ministério das Relações Exteriores, também participou do debate. Ele contou que os governos dos quatro países estão trabalhando juntos e que, em junho, devem receber um estudo com propostas para facilitar a passagem nas fronteiras.
Esse estudo está sendo feito com apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Procomex, uma organização que ajuda a melhorar o comércio entre países.
MS pode ganhar muito com essa rota - Cavol acredita que a rota será muito boa para Mato Grosso do Sul. Isso porque o estado vai se tornar um ponto importante no caminho das mercadorias que saem do Brasil para o exterior. Além disso, poderá atrair empresas, gerar empregos e aumentar o comércio com outros países. “Estamos diante de uma grande chance de colocar Mato Grosso do Sul no centro do mapa logístico do continente”, afirmou.