Cassems realiza cirurgia inédita com robô para retirada de tumor na bexiga
Procedimento de alta complexidade marca avanço da cirurgia robótica no Hospital Cassems e amplia acesso a tratamentos de excelência em Mato Grosso do Sul
MARCO NA MEDICINACampo Grande registrou um marco na medicina sul-mato-grossense com a realização da primeira cirurgia robótica para retirada de tumor na bexiga no Hospital Cassems. O procedimento aconteceu na última quinta-feira (15) e foi conduzido com o auxílio do robô Da Vinci, tecnologia considerada referência mundial em precisão cirúrgica.
A equipe responsável foi liderada pelo urologista Tarso Nascimbem Ferraz, especialista em cirurgia robótica e integrante do corpo clínico do hospital em Três Lagoas. Também participaram os médicos urologistas Bruno da Rosa de Almeida e Lydio Barbier Neto.
Segundo Ferraz, pacientes que antes precisavam se deslocar para cidades como São Paulo ou Ribeirão Preto agora podem realizar o mesmo tipo de cirurgia em Campo Grande. “É um avanço que representa mais conforto e acesso para os moradores do estado. A tecnologia é a mesma dos grandes centros”, destacou.
Com a operação, o Hospital Cassems passa a incluir tumores de bexiga no escopo de cirurgias robóticas, que até então se concentravam em procedimentos na próstata e nos rins.
Caso exigia intervenção cirúrgica de precisão - A paciente foi diagnosticada com uma massa na parede da bexiga durante um exame de rotina, três meses antes da cirurgia. O crescimento da lesão e a confirmação de que se tratava de uma neoplasia tornaram necessária a intervenção.
A técnica utilizada, chamada cistectomia parcial robótica, é indicada para tumores localizados acima da inserção dos ureteres, que não podem ser retirados por métodos menos invasivos. O objetivo é remover a lesão e preservar ao máximo a função urinária da paciente.
Entre os benefícios da abordagem robótica estão a precisão dos movimentos, menor trauma nos tecidos e preservação de estruturas importantes. De acordo com Ferraz, no caso específico da bexiga, a cirurgia evita o descolamento do espaço de Retzius, o que reduz o risco de incontinência urinária. Também proporciona uma recuperação menos dolorosa e menos efeitos colaterais no pós-operatório.
“O procedimento garante uma ressecção mais segura e preserva melhor o órgão. Isso faz grande diferença na qualidade de vida da paciente após a cirurgia”, afirmou o médico.
O Hospital Cassems conta com a plataforma robótica Da Vinci, considerada uma das mais avançadas do mundo. Ferraz destacou ainda o preparo da equipe de enfermagem, que foi essencial para o sucesso do procedimento. “Mesmo com o robô instalado há pouco tempo, a equipe demonstrou um desempenho excelente em um tipo de cirurgia que nunca havia sido feita no estado”, completou.