Rayani Santa Cruz | 15 de maio de 2025 - 15h50

Saiba quais são os bairros que concentram o maior índice de dengue em Campo Grande

Regiões como Cabreúva, Centro, Tarumã e Coophavilla II lideram notificações; distrito de Anhanduí recebe força-tarefa com vistorias casa a casa

CAPITAL
Força-tarefa visita casas em Anhanduí para eliminar focos do mosquito Aedes aegypti; bairros como Cabreúva e Coophavilla II concentram maior risco de infestação - (Foto: Reprodução)

Cabreúva, Centro, Tarumã, Coophavilla II, Jardim dos Estados, Cruzeiro, Guanandi e Batistão estão no topo da lista de bairros com risco muito alto de infestação por dengue em Campo Grande. O alerta foi divulgado hoje (15) no Informe Semanal nº 156 da Sala de Situação de Arboviroses, referente à semana de 4 a 10 de maio, e acendeu o sinal vermelho para o avanço da doença na capital sul-mato-grossense.

No período, Campo Grande registrou 2.439 notificações de dengue, com uma taxa de incidência de 264,27 casos por 100 mil habitantes. Embora não haja internações nem óbitos confirmados, um caso de morte ainda está em investigação. O cenário de risco levou a Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) a reforçar as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti com mobilizações em áreas mais vulneráveis.

Uma das frentes de ação ocorre no distrito de Anhanduí, na zona rural da capital, onde agentes de combate a endemias atuam em visitas domiciliares desde quarta-feira (14). Em dois dias de operação, foram inspecionadas 1.324 casas e identificados 180 focos do mosquito.

Ao todo, 2.481 depósitos foram verificados, dos quais 1.987 foram eliminados e outros 11 tratados com larvicida. A força-tarefa superou a meta inicial, que previa a vistoria de 1.054 imóveis em 63 quarteirões.

Fiscalização e orientação no combate direto ao mosquito - Durante a operação, os agentes concentraram esforços em calhas, caixas d’água, vasos de plantas, pneus e qualquer recipiente que pudesse acumular água parada. As ações contaram com até 37 profissionais por dia, que atuaram não apenas com fiscalização, mas também com orientações à população.

A superintendente de Vigilância em Saúde da SESAU, Veruska Lahdo, enfatizou que a atuação vai além da eliminação de focos. “Cada visita é uma oportunidade de levar orientação e conscientizar. A prevenção começa dentro das casas”, afirmou.

A secretária municipal de Saúde, Rosana Leite, destacou o esforço conjunto entre poder público e população. “Ainda que não tenhamos um cenário epidêmico, estamos lidando com uma alta no número de casos e isso exige resposta rápida. A vigilância ativa está sendo feita com muito empenho”, afirmou.

Segundo o coordenador de combate a endemias da SESAU, Vagner Ricardo dos Santos, o planejamento incluiu mapeamento detalhado das áreas mais críticas. “Organizamos rotas e reforçamos as equipes para que nenhuma casa fique sem visita. A dengue não escolhe endereço, mas o combate começa no nosso próprio quintal”, afirmou.

Além das inspeções, os moradores receberam materiais educativos com orientações sobre como identificar sinais de alerta das arboviroses e manter o ambiente livre de criadouros. A ação deve continuar nos próximos dias, com novas visitas para ampliar a cobertura.

Casos de chikungunya e uso de inseticida - Durante a mesma semana epidemiológica, foram confirmados 25 casos de chikungunya na cidade, sem registro de óbitos. Não houve notificações de zika.

As equipes de campo utilizaram 113,9 litros de inseticida e vistoriaram um total de 8.619 imóveis — 56 deles apresentavam focos do mosquito. No sistema de saúde, foram contabilizados 301 atendimentos em unidades de urgência e outros 80 na atenção básica.