'Orquestra América do Sul' abre festival com concerto que celebra diversidade do continente
Formação inédita reúne músicos de todos os países sul-americanos em apresentação que homenageia a cultura e os ritmos regionais
CULTURAA cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, será palco de um dos momentos mais simbólicos do Festival América do Sul Pantanal 2025. No dia 15 de maio, quinta-feira, às 19h30, a Orquestra América do Sul fará sua estreia na abertura oficial do evento, no Palco do Porto. A apresentação promete ser mais que um espetáculo musical: será um manifesto artístico de reconexão entre os povos do continente.
A proposta da orquestra é ambiciosa e inédita. Reunindo músicos de todos os países sul-americanos — com reforço especial de artistas brasileiros — a formação promove um intercâmbio artístico raro, promovendo uma experiência sonora que entrelaça diferentes tradições, estilos e histórias. O resultado é um concerto que funciona como um verdadeiro elo sonoro entre nações.
Celebração da identidade musical sul-americana - O espetáculo de estreia da Orquestra América do Sul será marcado por homenagens a dois nomes essenciais da música regional: Mário Zan, acordeonista e autor do clássico “Chalana”, e o compositor sul-mato-grossense Altair Teodoro da Silva, o Tim, cuja obra dialoga com as raízes culturais pantaneiras.
A apresentação contará com arranjos especialmente desenvolvidos para a ocasião, além de participações especiais que potencializam a força simbólica do concerto. “Mais do que um concerto, é uma celebração da diversidade”, afirma a organização do festival, que aposta na música como um meio de integração entre culturas, gerações e fronteiras.
Diversidade instrumental e riqueza sonora - A Orquestra América do Sul surpreende também pela pluralidade dos instrumentos reunidos. O público poderá apreciar desde o chamamé argentino até o steel drum caribenho da Guiana, passando por elementos marcantes como o quatro venezuelano, o bandoneón uruguaio e a harpa paraguaia. Cada músico representa não apenas seu país, mas também a história e a alma de sua cultura.
Essa riqueza instrumental se traduz em um mosaico musical que valoriza tanto a tradição quanto a inovação. A proposta é oferecer ao público uma experiência sensorial que provoque memórias, reflexões e pertencimento. “É uma construção coletiva de identidade, onde cada som representa uma parte do nosso continente”, destaca um dos curadores do projeto.
Integração além do palco - A experiência promovida pela orquestra não se limitará ao espetáculo de abertura. Nos dias 17 e 18 de maio, os músicos irão conduzir oficinas educativas no Moinho Cultural, das 15h às 17h. A iniciativa busca compartilhar conhecimentos e técnicas musicais com jovens da região, reforçando o compromisso com a formação cultural e o legado comunitário do festival.
O contato direto com os artistas permitirá aos participantes compreender melhor os diferentes instrumentos e estilos representados na orquestra, além de promover um ambiente de troca entre culturas distintas. “Essa vivência amplia horizontes e aproxima realidades”, enfatiza a direção do Moinho Cultural, instituição parceira do evento.
Festival América do Sul como espaço de integração - A estreia da Orquestra América do Sul reforça o papel do Festival América do Sul Pantanal como um dos principais marcos culturais do continente. Realizado em Corumbá, cidade que faz fronteira com a Bolívia, o festival representa um território simbólico onde as fronteiras se tornam porosas e a arte circula livremente.
Mais do que uma programação cultural, o evento promove encontros, reflexões e conexões entre os povos da América do Sul. Com a criação da orquestra, o festival amplia seu alcance, apostando na música como ferramenta diplomática e afetiva. “É um convite para que a música continue sendo o elo que nos une”, resume a produção do evento.
Construção de uma tradição cultural - A expectativa é de que a Orquestra América do Sul se torne uma tradição no festival, consolidando-se como símbolo da união e da diversidade do continente. A proposta é que o grupo seja retomado em futuras edições, sempre renovando seu repertório e suas parcerias.
A estreia em 2025 marca não apenas o nascimento de uma orquestra, mas também o início de uma nova etapa na trajetória do Festival América do Sul. Com um olhar voltado para a integração e a valorização das identidades locais, o evento se fortalece como um dos principais espaços de celebração da cultura sul-americana.