Iury de Oliveira | 13 de maio de 2025 - 10h35

'Orquestra América do Sul' abre festival com concerto que celebra diversidade do continente

Formação inédita reúne músicos de todos os países sul-americanos em apresentação que homenageia a cultura e os ritmos regionais

CULTURA
Orquestra formada por músicos de toda a América do Sul abre festival em Corumbá com concerto que celebra a diversidade do continente. - (Foto: Arquivo)

A cidade de Corumbá, em Mato Grosso do Sul, será palco de um dos momentos mais simbólicos do Festival América do Sul Pantanal 2025. No dia 15 de maio, quinta-feira, às 19h30, a Orquestra América do Sul fará sua estreia na abertura oficial do evento, no Palco do Porto. A apresentação promete ser mais que um espetáculo musical: será um manifesto artístico de reconexão entre os povos do continente.

A proposta da orquestra é ambiciosa e inédita. Reunindo músicos de todos os países sul-americanos — com reforço especial de artistas brasileiros — a formação promove um intercâmbio artístico raro, promovendo uma experiência sonora que entrelaça diferentes tradições, estilos e histórias. O resultado é um concerto que funciona como um verdadeiro elo sonoro entre nações.

Celebração da identidade musical sul-americana - O espetáculo de estreia da Orquestra América do Sul será marcado por homenagens a dois nomes essenciais da música regional: Mário Zan, acordeonista e autor do clássico “Chalana”, e o compositor sul-mato-grossense Altair Teodoro da Silva, o Tim, cuja obra dialoga com as raízes culturais pantaneiras.

A apresentação contará com arranjos especialmente desenvolvidos para a ocasião, além de participações especiais que potencializam a força simbólica do concerto. “Mais do que um concerto, é uma celebração da diversidade”, afirma a organização do festival, que aposta na música como um meio de integração entre culturas, gerações e fronteiras.

Diversidade instrumental e riqueza sonora - A Orquestra América do Sul surpreende também pela pluralidade dos instrumentos reunidos. O público poderá apreciar desde o chamamé argentino até o steel drum caribenho da Guiana, passando por elementos marcantes como o quatro venezuelano, o bandoneón uruguaio e a harpa paraguaia. Cada músico representa não apenas seu país, mas também a história e a alma de sua cultura.

Essa riqueza instrumental se traduz em um mosaico musical que valoriza tanto a tradição quanto a inovação. A proposta é oferecer ao público uma experiência sensorial que provoque memórias, reflexões e pertencimento. “É uma construção coletiva de identidade, onde cada som representa uma parte do nosso continente”, destaca um dos curadores do projeto.

Integração além do palco - A experiência promovida pela orquestra não se limitará ao espetáculo de abertura. Nos dias 17 e 18 de maio, os músicos irão conduzir oficinas educativas no Moinho Cultural, das 15h às 17h. A iniciativa busca compartilhar conhecimentos e técnicas musicais com jovens da região, reforçando o compromisso com a formação cultural e o legado comunitário do festival.

O contato direto com os artistas permitirá aos participantes compreender melhor os diferentes instrumentos e estilos representados na orquestra, além de promover um ambiente de troca entre culturas distintas. “Essa vivência amplia horizontes e aproxima realidades”, enfatiza a direção do Moinho Cultural, instituição parceira do evento.

Festival América do Sul como espaço de integração - A estreia da Orquestra América do Sul reforça o papel do Festival América do Sul Pantanal como um dos principais marcos culturais do continente. Realizado em Corumbá, cidade que faz fronteira com a Bolívia, o festival representa um território simbólico onde as fronteiras se tornam porosas e a arte circula livremente.

Mais do que uma programação cultural, o evento promove encontros, reflexões e conexões entre os povos da América do Sul. Com a criação da orquestra, o festival amplia seu alcance, apostando na música como ferramenta diplomática e afetiva. “É um convite para que a música continue sendo o elo que nos une”, resume a produção do evento.

Construção de uma tradição cultural - A expectativa é de que a Orquestra América do Sul se torne uma tradição no festival, consolidando-se como símbolo da união e da diversidade do continente. A proposta é que o grupo seja retomado em futuras edições, sempre renovando seu repertório e suas parcerias.

A estreia em 2025 marca não apenas o nascimento de uma orquestra, mas também o início de uma nova etapa na trajetória do Festival América do Sul. Com um olhar voltado para a integração e a valorização das identidades locais, o evento se fortalece como um dos principais espaços de celebração da cultura sul-americana.