Como radares, drones e inteligência artificial vão mudar o trânsito de Campo Grande
Nova fiscalização terá câmeras inteligentes, radares modernos e sala de controle em tempo real. Licitação de R$ 50,2 milhões recebe propostas até 27 de maio
FISCALIZAÇÃOCampo Grande está prestes a dar um salto tecnológico na forma como fiscaliza seu trânsito. Com um investimento de R$ 50,2 milhões, a Prefeitura abriu uma licitação que promete mudar o dia a dia nas ruas da capital sul-mato-grossense. O edital foi publicado nesta segunda-feira (12), no Diário Oficial da cidade, e a proposta é clara: trazer mais segurança, agilidade e inteligência para a gestão do tráfego urbano.
O projeto é ambicioso. Além de radares fixos e móveis, a cidade deve receber câmeras com inteligência artificial, talonários eletrônicos para aplicação de multas em tempo real, drones e uma central de monitoramento digital que poderá ver, registrar e cruzar informações sobre o comportamento de motoristas em todas as regiões da cidade.
A licitação está aberta e segue o modelo de ampla concorrência, com o critério de menor preço. As empresas interessadas devem enviar suas propostas até 7h59 do dia 27 de maio. A abertura das propostas será feita em sessão pública, às 8h do mesmo dia. A empresa vencedora terá um contrato de 24 meses para executar o serviço, com obrigação de manter os equipamentos funcionando e prestar contas regularmente.
O que está em jogo é a reestruturação de todo o sistema de fiscalização de trânsito da capital. Estão previstos 200 equipamentos que vão registrar infrações diversas. Entre eles, 150 radares fixos discretos, quase invisíveis para quem passa, e 30 radares ostensivos, mais visíveis. A proposta também inclui 3 equipamentos portáteis, que devem ser usados em blitzes e operações de fiscalização em movimento.
Nas ruas, os agentes de trânsito contarão com 50 conjuntos de talonários eletrônicos com impressoras térmicas. Esses aparelhos vão permitir que multas sejam aplicadas com mais rapidez e precisão. A cidade também ganhará 85 câmeras de videomonitoramento e 69 pontos de coleta de imagem (PCLI), espalhados por diferentes regiões.
O coração do projeto será uma central de monitoramento digital, equipada com uma plataforma capaz de processar imagens e dados em tempo real. Essa sala de controle terá ferramentas para ler placas de veículos automaticamente, rastrear carros em tempo real e gerar relatórios automáticos. O sistema será integrado com os órgãos de segurança pública e mobilidade, permitindo respostas mais rápidas em caso de infrações ou ocorrências no trânsito.
A estrutura dessa central também está contemplada no edital. O investimento cobre desde a adaptação da sala e móveis até a contratação de links de internet, compra de equipamentos e manutenção de todo o sistema ao longo dos dois anos de contrato.
Para quem dirige pelas ruas de Campo Grande, a mudança será visível. Com os novos equipamentos, a fiscalização será feita em tempo real, detectando quem avança o sinal vermelho, usa celular ao volante, dirige sem cinto de segurança, ultrapassa o limite de velocidade ou estaciona em local proibido. A expectativa é de que essa tecnologia ajude a reduzir acidentes e traga mais agilidade na identificação de irregularidades, além de funcionar como uma ferramenta educativa.
Essa modernização não começa do zero. Desde abril de 2024, a cidade já conta com drones operados pelo Batalhão de Trânsito da Polícia Militar. No primeiro dia de operação, um único drone flagrou 187 infrações, entre elas avanço de sinal, uso de celular e motoristas sem cinto. Em novembro, o número de drones em operação saltou de um para cinco, reforçando o uso de tecnologia como aliada da segurança no trânsito.