Reforma completa da Escola Estadual Professora Delmira Ramos, no bairro Coophavila II, em Campo Grande, será inaugurada na próxima segunda-feira (12), às 10h.

A obra, realizada por 25 reeducandos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, faz parte do programa “Revitalizando a Educação com Liberdade”, uma parceria entre o Governo do Estado, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, a Agepen e a Secretaria Estadual de Educação.

Com investimento de R$ 650 mil, a escola recebeu melhorias estruturais que incluem reforma do telhado, banheiros, nova pintura, revisão elétrica e hidráulica, modernização da cozinha e despensa, além de novos espaços de convivência, cobertura na entrada e adaptações para acessibilidade.

Durante a obra, os detentos atuaram como pedreiros, eletricistas, pintores e serralheiros, recebendo remuneração pelo trabalho. Além disso, 10% do valor pago aos internos é revertido para a compra de materiais destinados a novas reformas em outras escolas da rede pública, reforçando o impacto social do projeto.

O juiz Albino Coimbra Neto - (Foto: Reprodução)

“O foco não é apenas a profissionalização, mas a transformação do detento em cidadão”, afirmou o juiz Albino Coimbra Neto, da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande. Segundo ele, o programa oferece ao interno uma nova perspectiva de vida fora do cárcere, ao mesmo tempo em que promove ganhos concretos para a comunidade escolar.

Para o diretor do presídio da Gameleira, Ricardo Teixeira de Brito, a proposta permite que os reeducandos tenham acesso a conhecimento técnico em áreas como alvenaria, elétrica e pintura. “Eles saem com uma profissão na mão e com o sentimento de estarem reconstruindo suas histórias com dignidade”, resumiu.

Ambiente transformado impacta diretamente a educação - A unidade atende cerca de 300 estudantes do 4º ao 9º ano em tempo integral. Com a reforma, a diretora Gigliola Vince acredita que os alunos ganharam um ambiente mais acolhedor e adequado para o aprendizado. “Educação de qualidade começa também pela estrutura. Quando os alunos se sentem valorizados no espaço que ocupam, eles aprendem melhor”, destacou.

A Delmira Ramos é a 16ª escola reformada com a participação direta de internos. Além de economizar recursos públicos com mão de obra qualificada, o modelo reforça o papel da educação como ponte entre cidadania e inclusão social.