Carlos Guilherme | 05 de maio de 2025 - 11h40

Família denuncia possível erro médico após morte de paciente em hospital de Campo Grande

Vítima passou por duas cirurgias na coluna; segundo boletim de ocorrência, rompimento da aorta foi identificado durante o segundo procedimento

INVESTIGAÇÃO
Caso foi registado na Cepol em Campo Grande - (Foto: Giovanna Gazozo)

Falecimento de um paciente, 66, após complicações cirúrgicas levanta suspeita de erro médico em Campo Grande. A denúncia foi feita por uma das filhas da vítima, que registrou boletim de ocorrência na noite deste domingo (4), na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac-Cepol).

De acordo com o relato, o idoso foi submetido a duas cirurgias na coluna nos últimos dois meses. O paciente, diagnosticado no fim do ano passado com uma alteração na coluna conhecida como “bico de papagaio”, vinha sendo acompanhado e passou pela primeira cirurgia em março.

Ainda segundo a filha, cerca de 15 dias após o procedimento, o pai começou a relatar dores intensas, e exames revelaram movimentação de placas e pinos instalados na primeira intervenção. Uma segunda cirurgia foi então marcada para o dia 28 de abril.

Durante o segundo procedimento, realizado por via abdominal — uma abordagem considerada de maior risco —, a família foi informada por um cirurgião vascular que houve uma intercorrência cirúrgica, com rompimento da aorta do paciente. Nenhum detalhe adicional sobre a causa ou extensão do rompimento foi explicado aos familiares.

Após a complicação, o idoso foi mantido internado, mas seu estado de saúde se agravou progressivamente até o óbito registrado ontem.

Segundo o boletim de ocorrência, a família afirma que o paciente era hipertenso, mas seguia tratamento regular e não apresentava outras comorbidades. Todos os exames pré-operatórios haviam sido realizados, conforme informado pela filha à polícia.

A família também relatou que, desde a segunda cirurgia, o ortopedista responsável não voltou a fazer contato com os parentes do paciente.

Após o registro policial, a autoridade de plantão acionou o CIOPS para providenciar a remoção do corpo do hospital e o envio ao Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), onde será realizada necropsia para apurar a causa da morte.

O caso foi classificado no registro como “morte decorrente de fato atípico”, o que significa que ainda não há tipificação penal confirmada, mas o episódio poderá ser investigado como possível erro médico.