MS aposta na yogaterapia no SUS e projeto piloto recebe destaque internacional
Iniciativa do governo estadual visa integrar práticas milenares à saúde pública por meio de protocolos científicos e formação profissional
SAÚDEMato Grosso do Sul deu início a um projeto pioneiro no Sistema Único de Saúde (SUS) ao implementar a Pesquisa e Extensão em Yogaterapia, prática que une técnicas milenares indianas a protocolos clínicos baseados em evidências. O lançamento oficial aconteceu após evento realizado no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, no início de abril, em alusão ao Dia Internacional do Yoga — atividade que ganhou repercussão internacional.
O projeto é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES), a Secretaria de Estado de Educação (SED), a Embaixada da Índia e a Unigran Capital. Seu objetivo é oferecer tratamento complementar a pacientes do SUS que convivem com doenças crônicas como hipertensão, diabetes e obesidade, além de transtornos mentais, dores crônicas e até gestantes.
Formação especializada e protocolos seguros - Para garantir a segurança e efetividade da aplicação da yogaterapia, 50 profissionais das áreas da saúde e educação passaram por uma formação intensiva com o professor indiano Satyendra Kumar Singh, referência mundial no tema. A capacitação envolveu fisioterapeutas, médicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos e professores de yoga.
“A yogaterapia contribui para a redução do uso excessivo de medicamentos e para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, sempre com base em protocolos bem definidos e respaldados por evidências científicas”, afirma Patrícia Mecatti Domingos, referência técnica em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) na SES.
A SES também formou um grupo de trabalho exclusivo para padronizar os protocolos a serem seguidos nos municípios participantes, assegurando que a prática seja aplicada de maneira uniforme e segura, respeitando diretrizes internacionais e adaptando-as às realidades locais.
Interiorização e impacto regional - Dos 50 profissionais capacitados, 28 representam 18 municípios sul-mato-grossenses, o que permite a interiorização do projeto e a aplicação da yogaterapia em diferentes contextos culturais e regionais do estado. A experiência acumulada nesses municípios será essencial para a avaliação de resultados e definição dos próximos passos do projeto.
Carmen Olmedo, assistente social do município de Brasilândia, destaca que a iniciativa “fortalece a política estadual de PICs, já reconhecidas pelo Ministério da Saúde, e representa um passo importante para a integração definitiva dessas práticas ao SUS”.
Reconhecimento além das fronteiras - O projeto sul-mato-grossense ganhou projeção internacional ao ser destacado nas redes do Morarji Desai National Institute of Yoga, vinculado ao Ministério da Saúde AYUSH da Índia, e nas páginas oficiais do próprio ministro da pasta, Prataprao Jadhav. A visibilidade reforça o protagonismo do estado na promoção de práticas integrativas baseadas em evidências.
Expansão prevista - A expectativa da SES é que os resultados da fase piloto sirvam como modelo para a expansão da yogaterapia a outras unidades de saúde no estado e, futuramente, para outros estados brasileiros. A iniciativa pode marcar uma nova fase na promoção de saúde e bem-estar no SUS, com práticas que respeitam a tradição e se apoiam em ciência sólida.