Ricardo Eugênio | 21 de abril de 2025 - 11h43

Sumiço de caseiro em pesqueiro no Pantanal levanta suspeita de ataque de onça

Caseiro desaparece no Pantanal e moradores suspeitam de ataque de onça. Polícia busca corpo desde a manhã desta segunda (21).

ATAQUE DE ONÇA
Moradores encontraram rastros e sangue após sumiço do trabalhador no Pantanal

Um possível ataque de onça no Pantanal mato-grossense é investigado após o desaparecimento de um homem na manhã desta segunda-feira (21). A vítima é Jorge, caseiro do pesqueiro Touro Morto, uma propriedade isolada na região pantaneira, já pertencente ao ex-governador Pedro Pedrossian.

O caso aconteceu durante a rotina matinal de Jorge, responsável por tarefas como manutenção dos barcos, cuidado com redes de pesca e preparo do café. Segundo moradores da área, o homem saiu cedo e não retornou, o que acionou o alerta entre os locais.

As primeiras hipóteses surgiram ainda na tarde do mesmo dia: moradores da região acreditam que o caseiro pode ter sido atacado por uma onça. A suspeita se intensificou após a identificação de pegadas na lama e vestígios de sangue próximo à margem do rio.

— Tá 99,99% que foi onça, sim — disse um morador, que preferiu não se identificar. — Pode ter sido uma onça com filhote, ou uma onça velha, daquelas que já não caça mais capivara, nem jacaré. Quando a caça tá difícil, ela pega o que vier.

Apesar das buscas, o corpo de Jorge ainda não foi localizado. A Polícia Militar Ambiental foi chamada, mas a vegetação densa do Pantanal tem dificultado a operação. Sem pistas concretas, moradores locais acompanham com cautela o andamento da investigação.

Entre as possibilidades levantadas por conhecidos de Jorge, uma delas é de que ele possa ter passado mal próximo à água, facilitando um eventual ataque. Entretanto, como o local é de difícil acesso e visibilidade, as informações seguem imprecisas.

O desaparecimento acende novamente o debate sobre a convivência entre humanos e animais silvestres em áreas de preservação e uso rural. O Pantanal abriga uma das maiores populações de onças-pintadas do mundo, e embora ataques a pessoas sejam raros, não são impossíveis — especialmente quando o alimento natural escasseia.

A Polícia Ambiental ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Enquanto isso, moradores e familiares de Jorge aguardam notícias. A incerteza permanece, reforçada pelo silêncio característico da mata.