Com R$ 2,8 bi em crédito, FCO impulsiona negócios e sustentabilidade em MS
Na Expogrande, Rogério Beretta explica como o governo usa o FCO para gerar emprego, industrializar o campo e preservar o meio ambiente no MS
EXPOGRANDEEntre uma reunião e outra na Expogrande 2025, o secretário executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, fez uma pausa para conversar com o Grupo Feitosa de Comunicação. O assunto? Como o Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) tem se tornado um dos motores silenciosos do crescimento de Mato Grosso do Sul — gerando empregos, atraindo indústrias e impulsionando a transição verde no Estado.
“Nossa missão é simples: pegar esse recurso, que tem juros acessíveis, e garantir que ele chegue a todos os municípios, em projetos que gerem o maior número de empregos possível”, explicou Beretta, ainda com o crachá do conselho do FCO pendurado no pescoço.
R$ 2,8 bilhões para 2025 - O Estado terá R$ 2,8 bilhões disponíveis para investimentos via FCO em 2025. A metade vai para o setor rural, e a outra metade para o setor empresarial, incluindo comércio, indústria e serviços.
“Só na reunião de hoje, aprovamos 108 projetos, somando R$ 225 milhões. Cada proposta avaliada leva em conta um fator essencial: quantos empregos vai gerar?”, reforçou.
Do boi à celulose: desenvolvimento com propósito - Um exemplo prático foi a liberação de recursos para a construção de uma pedreira em Inocência, cidade que em breve receberá a quarta fábrica de celulose do Estado, da empresa Arauco. “Esse tipo de empreendimento não só movimenta a economia, como transforma a região com oportunidades de longo prazo”, destacou.
O selo verde começa no solo - Beretta aproveitou a entrevista para explicar o que, muitas vezes, passa despercebido: investir em tecnologia no campo é também uma forma de preservar o meio ambiente.
“Quando o produtor recupera uma pastagem degradada, aduba o solo e melhora o manejo, ele está capturando carbono e evitando o desmatamento de novas áreas. É mais produtividade em menos espaço”, disse.
O Estado, segundo o secretário, vem aumentando sua área de vegetação natural, com rebrota em áreas antes abertas para a agropecuária. Isso contribui diretamente para manter Mato Grosso do Sul como referência em balanço de carbono positivo.
Energia limpa e biometano no radar - Além do agro, o governo também aposta em transição energética. Hoje, 94% da energia produzida no Estado vem de fontes renováveis, como etanol, biomassa e solar. O novo foco é o biometano, combustível limpo produzido a partir de resíduos orgânicos.
“Estamos liderando essa virada. E ela tem tudo a ver com o que o mundo está exigindo: segurança alimentar com sustentabilidade”, afirmou.
E os incentivos fiscais? Diante da crescente oferta de isenções para atrair empresas, Beretta explica que a matemática fecha.
“Quando o Estado deixa de arrecadar em um ponto, ele ganha em outro. O desenvolvimento traz novos comércios, mais serviços, turismo, e tudo isso se transforma em receita e qualidade de vida. Basta ver os indicadores: temos uma das menores taxas de desemprego e de pobreza extrema do país”, afirmou.
Comunicação para mudar a narrativa - O secretário também falou sobre a necessidade de comunicar melhor o agro, especialmente para quem ainda vê o setor como vilão do meio ambiente.
“Temos que contar a verdade, com dados, e mostrar que aqui no MS o campo produz com responsabilidade. Isso precisa chegar nas escolas, nas cidades, em todo lugar. E estamos começando a ver essa mudança”, disse