Da redação | 15 de abril de 2025 - 08h55

Ribas quer mais que floresta e celulose: cidade planeja parque, habitação e um novo cartão-postal

Em entrevista na Expogrande, o prefeito Roberson Moureira fala dos desafios dos primeiros 100 dias de gestão, da explosão populacional e do sonho de mudar a cara da cidade com urbanismo, moradia e qualificação

DESENVOLVIMENTO
O prefeito de Ribas do Rio Pardo, Roberson Moureira - (Foto: Williams Souza)

No meio da Expogrande 2025, entre leilões, tratores e debates sobre o agro, um município em transformação também atrai olhares: Ribas do Rio Pardo. O prefeito Roberson Moureira, que assumiu há pouco mais de 100 dias, participou de entrevista no estúdio do Grupo Feitosa de Comunicação e não escondeu o tamanho da responsabilidade.

“Ribas era uma cidade de 23 mil pessoas. De repente, virou 40 mil. A chegada da fábrica da Suzano mexeu com tudo: emprego, moradia, saúde, escola, infraestrutura. A gente tá trabalhando pra organizar isso”, disse.

Lixo, capina e cara nova - Os primeiros passos da gestão foram práticos: colocar a cidade em ordem. “Começamos pela limpeza urbana, coleta de lixo, capina, roçada. A cidade precisava voltar a ter cara de cidade cuidada”, afirmou.

Mas o prefeito sabe que o maior desafio é estrutural: faltam casas, aluguéis estão caros e há mais de 500 famílias em situação precária, morando em áreas invadidas ou submoradias. “A habitação é nosso principal gargalo. A cidade cresceu, mas não se planejou pra isso.”

Emprego tem. Falta gente pronta - Ribas vive um cenário raro: pleno emprego. Segundo o prefeito, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico registra diariamente de 250 a 300 vagas abertas. “O problema é fazer com que esses empregos fiquem com quem mora lá. E isso só acontece com capacitação”, explica.

A boa notícia é que isso já está sendo trabalhado com a Suzano e o Sistema Fiems, que instalaram contêineres do Senai/Sesi para formar trabalhadores em áreas como química, manutenção e eletromecânica. E um projeto ainda maior está em construção: o maior centro de capacitação profissional da cadeia da celulose no Brasil, com mais de R$ 50 milhões em investimentos. A previsão de entrega é até o fim de 2025.

Urbanismo: a menina dos olhos do mandato - Quando perguntado sobre a “menina dos olhos” da gestão, Roberson não titubeia: transformar a entrada da cidade. “Queremos mudar a primeira impressão de Ribas. Quem passa pela BR vê uma cidade feia, com vias esburacadas e laterais sem urbanização. Queremos pavimentar, iluminar, fazer ciclovia e arborizar. É projeto pronto, já buscando recursos.”

Outro plano ambicioso é o parque linear às margens do rio, a última área verde da cidade. “Vai ser um lugar de lazer, convivência e contato com a natureza. A cidade cresceu muito, mas ainda não tem espaços qualificados de lazer.”

Saúde e educação: problemas antigos, soluções em curso - Com a população em alta, a pressão sobre os serviços básicos cresceu. Na saúde, o foco agora é ampliar o número de médicos, aumentar a oferta de exames e cirurgias eletivas. “Muita coisa a gente já está conseguindo resolver. Mas saúde pública é desafio diário.”

Na educação, o gargalo maior está nas creches. “Abrir vaga leva tempo: tem que construir, mobiliar, contratar. E a demanda chega antes da estrutura. Mas já estamos com projetos em andamento”, disse.

Festa e gestão: um equilíbrio possível - Nos primeiros 100 dias, a prefeitura organizou uma festa de aniversário da cidade que foi sucesso de público, segundo o prefeito. Mas ele garante: “Festa é importante, claro. A cidade também precisa sorrir. Mas nossa marca vai ser entregar estrutura, planejamento, resultado.”

O tom é de otimismo (e de projeto em andamento) - Roberson termina a entrevista com um convite: “Ribas está de portas abertas. Quem quiser conhecer a cidade real, ver o que estamos fazendo, vai encontrar um município que está se reinventando. Com pé no chão, mas com a cabeça fervilhando de ideias.”