Jaime Verruck e o plano de fazer o MS referência mundial
Secretário Jaime Verruck fala na Expogrande sobre os avanços do agro, o crescimento industrial e como o Mato Grosso do Sul quer liderar em sustentabilidade e inovação
EXPOGRANDEDepois de acompanhar o governador Eduardo Riedel em várias ações durante a Expogrande, o secretário estadual Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), conversou com o jornal A Crítica no estúdio montado no Parque de Exposições Laucídio Coelho.
Falando de forma clara, Verruck explicou por que Mato Grosso do Sul está chamando atenção no Brasil e no mundo:
“Hoje somos referência em celulose, carne, energia limpa e também em proteção ao meio ambiente. Tudo isso com planejamento e diálogo.”
Expogrande é o retrato do Estado - Para ele, a Expogrande deixou de ser só uma feira de gado. “Hoje temos bancos, empresas de tecnologia, máquinas, shows, comunicação. A feira mostra o que o MS é: um Estado integrado, onde tudo funciona junto.”
Celulose que movimenta cidades inteiras - Jaime destacou o investimento da empresa chilena Arauco, que está construindo em Inocência a maior fábrica de celulose do Estado — e uma das maiores do mundo. Só na obra já são 3.400 trabalhadores. Quando a planta estiver pronta, em 2027, serão 6 mil empregos diretos. “É um impacto gigante. A população da cidade já saltou de 8.500 para 12 mil moradores. Mas a gente aprendeu com a experiência de Ribas. Estamos mais preparados para cuidar da segurança, da saúde e da estrutura urbana nesse crescimento”, afirmou.
Energia limpa para abastecer uma capital - A nova indústria da Arauco vai gerar 400 megawatts de energia limpa, o suficiente para abastecer toda Campo Grande. “Ela produz a própria energia a partir de resíduos e ainda envia o excedente para a rede nacional. É um modelo que une produção e sustentabilidade”, explicou.
Meio ambiente no centro - Verruck reforçou que empresas desse porte só conseguem vender no exterior se respeitam o meio ambiente. “São fiscalizadas o tempo todo e seguem regras até mais rígidas que as nossas. Se tiver erro, perdem o selo e o mercado.”
Ele também desmentiu um velho mito: “Eucalipto não seca o solo. Temos estudos científicos que mostram que, depois da colheita, essas áreas viram pastagem, soja ou amendoim sem problema nenhum.”
Pacto pelo Pantanal - Sobre o Pantanal, Jaime lembrou o Pacto Pantanal, lançado pelo governador Riedel. O projeto reúne ações de educação, saúde, turismo, pecuária sustentável e crédito de carbono. “Queremos pagar para o produtor preservar. Já temos 83% da área intacta. Agora, o governo está comprando autorizações de desmate para manter isso de pé.”
O Estado já destinou R$ 40 milhões para pagamentos por serviços ambientais e busca mais recursos com apoio internacional.
Leite: setor delicado, mas com solução - No dia seguinte à entrevista, seria lançado o programa Proleite, para fortalecer a produção leiteira. Verruck explicou que o MS não tem tradição forte no setor, mas o governo quer mudar isso. “Vamos distribuir embriões, comprar bezerras, dar assistência técnica e apoiar o produtor na seca, que é quando o leite some. Se resolvermos isso, o setor decola.”
Suinocultura é outro destaque - Com alta produtividade e tecnologia, a suinocultura já está forte no Estado. “Agora o foco é qualidade e sustentabilidade. Com a nova certificação da febre aftosa, vamos conquistar mercados como o Japão. E queremos atrair novos frigoríficos.”
Indústria crescendo junto com o campo -Nos próximos anos, o governo quer consolidar o MS como hub industrial do Brasil, com destaque em:
Proteína animal: carne bovina, suínos, aves e peixes
Bioenergia: etanol de cana, milho e biomassa
Celulose: novas fábricas previstas
Irrigação e diversificação de culturas: como laranja e amendoim
Logística: com foco em ferrovias e PPPs para novas rotas
Segundo o secretário, o Estado investe 15% da sua receita líquida — e isso atrai empresas. “Temos ambiente, segurança jurídica, produção forte e agora estamos colhendo os frutos”, concluiu.