Um grupo de estudantes da UFMS, em Campo Grande, criou um jogo educativo com cara de aventura pantaneira. Chamado de Pantanal World, o jogo nasceu para ajudar crianças no processo de alfabetização — especialmente aquelas com dificuldades de aprendizagem, como transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e autismo.

A ideia surgiu dentro do PET Sistemas, programa da Faculdade de Computação da universidade, em parceria com a Faculdade de Educação. A proposta era simples: ensinar sílabas, palavras e sons de forma divertida. Mas o diferencial do projeto foi usar o Pantanal como pano de fundo — e isso fez o jogo ganhar cor, bicho, fruta e, claro, muito sentido.

“Além de alfabetizar, o jogo também ajuda a valorizar o nosso bioma”, explica a professora Maria Machado, coordenadora do projeto. O Pantanal World funciona com níveis de dificuldade crescente e atividades como associação de palavras e imagens, ou montagem de palavras com sílabas móveis, sempre respeitando o tempo de aprendizado de cada criança.

A primeira versão foi testada pela pedagoga Abigail Astofe, especialista em Educação Especial. A partir das sugestões dela, a equipe fez uma segunda versão, mais acessível. As palavras passaram a ser escritas com letras em caixa alta, os sons acompanharam os movimentos, e os desafios ficaram mais organizados por etapas.

Agora, a turma da Facom trabalha em uma terceira versão, que promete novos níveis e até um módulo só sobre frutas regionais, como pequi, bocaiúva e guavira.

“A criança aprende sem perceber que está estudando”, diz Maria. E completa: “Apesar de ser voltado para o início da alfabetização, o jogo pode ser usado por qualquer pessoa com dificuldades na leitura, inclusive adultos”.

O próximo passo é levar o Pantanal World para escolas públicas e privadas de Campo Grande e colher as primeiras reações dos pequenos jogadores.