Campo-grandenses estão comprando menos? Pesquisa CNC responde
Índice de Consumo das Famílias tem segunda queda consecutiva, refletindo a incerteza econômica
RENDAS DAS FAMÍLIASO campo-grandense ainda pensa duas vezes antes de abrir a carteira. É o que mostra o Índice de Consumo das Famílias (ICF), pesquisa mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em março, o indicador marcou 101,8 pontos, o que ainda representa otimismo, mas confirma uma tendência de cautela, com a segunda queda consecutiva registrada. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a retração foi de 9 pontos percentuais.
O levantamento revela que, apesar da estabilidade do emprego e da renda para boa parte das famílias, o consumo não avança no mesmo ritmo. Apenas 32,7% dos entrevistados consideram que sua renda familiar melhorou em relação a 2024, enquanto 57,2% acreditam em alguma evolução profissional nos próximos seis meses.
“A economia brasileira ainda reflete na de Mato Grosso do Sul e a população segue cuidadosa com seus gastos”, analisa Regiane Dede de Oliveira, economista do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio-MS.
Consumo sob observação - O ICF mede a percepção dos consumidores sobre sua situação financeira e capacidade de consumo, tanto no presente quanto no curto prazo. Diferente de projeções baseadas apenas em modelos matemáticos, a pesquisa foca no que as próprias famílias dizem sentir em relação ao dinheiro que entra e sai de casa.
Entre os fatores avaliados estão a segurança no emprego, o nível de renda e a qualidade do consumo. Para comerciantes e setores produtivos, é um termômetro importante, pois antecipa tendências de mercado e ajuda a planejar estratégias para um cenário econômico que, por ora, segue com o freio de mão puxado.