Jeep Compass 2025: o veterano que ainda tem cartas na manga
SUV que já dominou o mercado enfrenta novos desafios com a chegada dos híbridos
SUVO Jeep Compass já foi dono e senhor do segmento de SUVs médios no Brasil. Quando chegou, em 2016, ele tinha um diferencial: entregava porte e tecnologia de SUV grande, mas com um preço que o fazia disputar com compactos mais caros. A estratégia deu certo e o Compass reinou sem muita concorrência. Só que os tempos mudaram.
Em 2024, o cenário não é mais o mesmo. O Toyota Corolla Cross passou por atualizações, a Volkswagen trouxe o Taos, e os chineses entraram na disputa com força. BYD Song Plus e GWM Haval H6 chegaram eletrificados, conquistando clientes que antes olhavam para o Compass. A pergunta agora é: o Compass Limited T270, versão intermediária do SUV, ainda faz sentido diante da nova concorrência?
O que mudou no Compass 2025? O Compass Limited T270 vem com o motor 1.3 turbo de até 185 cv e 27,5 kgfm, câmbio automático de 6 marchas e tração dianteira. Na linha 2025, a principal novidade são as rodas de 19 polegadas com novo acabamento diamantado e pequenos ajustes visuais na grade dianteira.
O preço? R$ 221.990. Se quiser o teto solar panorâmico, o valor sobe para R$ 231.990. E é aqui que o Compass sente a pressão: o Toyota Corolla Cross Hybrid XRX custa R$ 212.890, o GWM Haval H6 HEV2, R$ 216 mil, e os híbridos plug-in, como o BYD Song Plus (R$ 239.800) e o Haval H6 PHEV19 (R$ 241.000), oferecem mais tecnologia e eficiência energética.
Espaço interno e conforto - Quando chegou, o Compass era maior que os SUVs compactos e oferecia um bom espaço para os ocupantes. Hoje, ele já não impressiona tanto. Com 4,40 metros de comprimento e 2,63 metros de entre-eixos, o Compass é menor do que alguns concorrentes.
O porta-malas de 476 litros segue acima da média dos compactos, mas perde para rivais como o Corolla Cross, que recentemente ganhou abertura elétrica da tampa, algo que foi retirado de algumas versões do Compass.
O acabamento interno continua bem montado, mas não empolga. O painel digital de 10,25 polegadas tem resolução inferior à central multimídia de 10,1 polegadas, que, por outro lado, melhorou bastante com atualizações de software.
Motor e desempenho: a gasolina contra os híbridos - Durante muito tempo, o 1.3 turbo de 185 cv foi um dos destaques do segmento. Mas o mercado mudou. Hoje, a chegada dos híbridos chineses e japoneses colocou o Compass em uma posição delicada.
O motor ainda é mais forte que o do Corolla Cross Hybrid (140 cv) e do VW Taos 1.4 turbo (150 cv), mas já não tem a vantagem que tinha antes. Na cidade, o Compass demora mais para responder nas saídas, reflexo das atualizações da Stellantis para reduzir emissões e da reprogramação do câmbio, que ficou mais conservadora.
Em estrada, o desempenho segue satisfatório, com boa estabilidade e conforto, graças à suspensão independente nas quatro rodas. No entanto, os 1.589 kg de peso prejudicam o consumo e deixam o carro menos ágil que os híbridos concorrentes.
Tecnologia e equipamentos - O Compass Limited vem com um bom pacote de segurança, incluindo:
Piloto automático adaptativo
Alerta de colisão com frenagem automática
Alerta de saída de faixa com assistente de centralização
Farol alto automático
Reconhecimento de placas de trânsito
Mas algumas tecnologias importantes, como monitor de ponto cego, sensores de estacionamento dianteiros e assistente de estacionamento automático, só estão disponíveis na versão Compass S (R$ 241.990).
Vale a pena? O Jeep Compass continua sendo um SUV bem equilibrado, com motor competente e bom nível de equipamentos. Mas, pela faixa de preço, começa a perder espaço para os híbridos, que oferecem menor consumo e tecnologias mais modernas.
A Jeep já promete eletrificação para o modelo, mas, até lá, o Compass segue pressionado. Se você faz questão de um SUV a combustão e confia na tradição da Jeep, ele ainda pode ser uma boa escolha. Mas, se busca mais eficiência e novidades tecnológicas, talvez seja hora de olhar para a concorrência.