Carnaval de Corumbá: uma festa que se paga
Com R$ 14,7 milhões movimentados, evento consolida cidade como destino turístico e impulsiona economia local
IMPULSO ECONÔMICOO Carnaval de Corumbá não é apenas um espetáculo de cores, fantasias e baterias. Ele é um negócio, um dos mais lucrativos da cidade. Entre os dias 1º e 5 de março, a folia trouxe 7.524 turistas, gerou empregos e movimentou R$ 14,7 milhões na economia local, justificando o investimento público no evento.
Para quem questiona o uso de verba da Prefeitura e do Governo do Estado na festa, os números falam por si. O município investiu R$ 6 milhões, mas o retorno financeiro foi de R$ 8,7 milhões. “O Carnaval não é apenas um momento de alegria para os corumbaenses, mas também um dos motores mais pulsantes da nossa economia”, afirma o prefeito Gabriel de Oliveira.
E o impacto vai muito além da avenida. O comércio, a rede hoteleira e até os pequenos ambulantes lucraram com a movimentação intensa de foliões. A ocupação nos hotéis chegou a 75%, e só a praça de alimentação e os vendedores ambulantes faturaram cerca de R$ 1 milhão durante os cinco dias de festa.
Turistas, empregos e dinheiro na rua - O Observatório de Turismo do Pantanal foi a campo para medir o impacto da festa e trouxe dados que ajudam a entender por que o Carnaval de Corumbá se tornou um investimento e não apenas uma despesa.
- Os turistas foram responsáveis por injetar R$ 8,9 milhões na cidade, enquanto os moradores de Corumbá gastaram R$ 4,4 milhões.
- 600 empregos diretos foram criados no comércio, e as escolas de samba contrataram 297 pessoas para a preparação dos desfiles.
- 89% dos turistas brasileiros eram do próprio Mato Grosso do Sul, reforçando a festa como um atrativo regional. Cerca de 700 bolivianos atravessaram a fronteira para curtir o Carnaval.
- A permanência média dos turistas foi de 3,5 dias, tempo suficiente para lotar hotéis, restaurantes e bares da cidade.
Para Zelinho Carvalho, diretor-presidente da Fundação de Turismo do Pantanal, os números só reforçam a vocação da cidade para o turismo. “São dados que fortalecem Corumbá como destino dentro do estado. O Carnaval é uma vitrine para a cidade.”
A festa que resiste à crise - Não é de hoje que o Carnaval de Corumbá é defendido como um patrimônio cultural e econômico da cidade. Mas, neste ano, a liberação de verbas públicas para o evento foi alvo de críticas, em meio a debates sobre prioridades na saúde e infraestrutura. O prefeito, porém, sustenta que os números comprovam a relevância do investimento.
E há algo que os números não captam completamente: o impacto social da festa. Do comerciante que vê seu faturamento do mês dobrar ao ambulante que conta com o evento para reforçar a renda, o Carnaval é mais do que uma festa. É um período de trabalho, de oportunidades e de inclusão para centenas de famílias.
Enquanto muitos municípios enxergam a festa como um gasto descartável, Corumbá parece ter entendido que, para além dos tamborins e confetes, há um modelo de evento sustentável, que movimenta a economia e mantém viva uma tradição cultural. Quando a bateria para, o que fica é o saldo positivo – tanto na alegria dos foliões quanto nas contas da cidade.