Empreendedorismo feminino na advocacia: um caminho para a independência
Autonomia financeira fortalece advogadas e reduz vulnerabilidades no mercado jurídico
ADVOCACIA FEMININAA advocacia, tradicionalmente, foi um espaço dominado por homens. Mas, com o passar dos anos, as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço – e o empreendedorismo tem sido uma peça-chave nessa mudança. Para advogadas, ter independência financeira não significa apenas sucesso profissional. Significa também segurança, liberdade e um caminho sólido para enfrentar desafios dentro e fora do ambiente jurídico.
Durante entrevista ao Giro Estadual de Notícias, Letícia Arrais Miranda, secretária-geral adjunta da OAB-MS, destacou a importância de a mulher advogada entender que não precisa se encaixar em modelos ultrapassados da profissão. "O mercado da advocacia sempre foi desenhado para o homem provedor, e a mulher entrava nesse espaço com dificuldades. O empreendedorismo jurídico faz com que possamos construir novas possibilidades, respeitando nossa realidade."
Desafios e oportunidades - No Brasil, as mulheres já são maioria entre os advogados – mas ainda ganham menos e enfrentam mais obstáculos para crescer na carreira. Muitas, especialmente as que são mães, precisam equilibrar o trabalho com as responsabilidades domésticas, o que torna ainda mais difícil se encaixar em estruturas tradicionais de grandes escritórios.
Para Heloysa Furtado, vice-presidente da Caixa de Assistência dos Advogados (CAAMS), a solução está em criar novas formas de atuar na profissão. "O empreendedorismo dá a possibilidade de escolher seus clientes, sua rotina e seus valores. E isso fortalece as mulheres não só financeiramente, mas também emocionalmente."
Independência financeira como proteção - Além do crescimento profissional, a autonomia financeira também tem um impacto social direto. Mulheres que possuem sua própria fonte de renda têm mais ferramentas para sair de relacionamentos abusivos e evitar situações de dependência. "Muitas mulheres acabam ficando presas a realidades difíceis porque não conseguem se sustentar sozinhas. Na advocacia, a independência financeira pode ser um divisor de águas na vida de uma mulher", reforçou Letícia Arrais.
Construindo um futuro mais equilibrado - Com a ascensão das advogadas empreendedoras, o mercado jurídico passa por uma transformação inevitável. Escritórios liderados por mulheres tendem a criar ambientes mais flexíveis, inclusivos e voltados para a inovação. Além disso, o fortalecimento das advogadas empreendedoras impulsiona toda uma rede de apoio e colaboração feminina no meio jurídico.
A mensagem é clara: para as advogadas, o empreendedorismo não é apenas uma opção, mas um caminho para a liberdade, a estabilidade e o protagonismo na profissão.