Alex Poatan entrou no octógono na T-Mobile Arena, em Las Vegas, com o status de estrela. O locutor Bruce Buffer, conhecido por suas apresentações teatrais, fez questão de chamá-lo de "o único", título já dado a nomes como Jon Jones e Conor McGregor. Mas, no UFC 313, o brasileiro foi superado por Magomed Ankalaev e perdeu o cinturão dos meio-pesados após cinco rounds de domínio do russo.

O combate foi truncado desde o início. Poatan tentou seus chutes baixos no primeiro round, mas logo viu Ankalaev impor seu jogo de grade e quedas. No segundo assalto, um golpe de esquerda do russo quase encerrou a luta, obrigando o brasileiro a buscar o clinch para sobreviver.

Nos rounds seguintes, a estratégia de Ankalaev ficou clara: controle posicional, pressionando Poatan contra a grade. O brasileiro resistiu às tentativas de queda, mas pouco conseguiu reverter a situação. O árbitro precisou intervir no quarto assalto para separar os lutadores, mas o domínio do russo permaneceu evidente até a decisão dos juízes (48-47, 48-47, 49-46).

"Sabia que seria uma guerra", disse Poatan após o combate. "Mas só segurar na grade e ganhar assim não me parece uma vitória legítima."

O que vem agora? Com a vitória, Ankalaev conquista seu primeiro cinturão no UFC e chega à 12ª vitória consecutiva. O russo já havia derrotado outros brasileiros no evento, como Thiago Marreta e Johnny Walker.

Para Poatan, o caminho agora se divide entre duas possibilidades: buscar uma revanche ainda em 2025 ou subir para os pesos pesados, onde poderia enfrentar Jon Jones – algo que, antes do UFC 313, ele descartava publicamente. A revanche com Israel Adesanya, que aconteceu poucos meses após a primeira luta entre os dois, mostra que o UFC pode acelerar um novo duelo entre o brasileiro e Ankalaev.

Seja qual for a escolha, Poatan continua sendo um dos nomes mais importantes do UFC. Mas, na madrugada de domingo, foi o russo quem levou o cinturão para casa.