Redação | 08 de março de 2025 - 19h10

Desocupação no Tarumã expõe desafios habitacionais em Campo Grande

Famílias que ocupam terreno público receberam prazo de 24 horas para deixar o local

HABITAÇÃO
Famílias que ocupam área pública no Tarumã têm 24 horas para sair. A prefeitura busca ordenamento urbano, enquanto moradores esperam alternativas. - Foto: Divulgação

Na manhã de sábado (8), a Prefeitura de Campo Grande notificou cerca de 80 famílias que vivem em um terreno no Bairro Jardim Tarumã. O grupo tem 24 horas para desocupar a área de 62 hectares, localizada próxima a uma rodovia federal, ao lado de um frigorífico.

A medida faz parte do esforço da administração municipal para ordenar o uso do solo e evitar ocupações irregulares. Equipes da Agência Municipal de Habitação (Ehma) acompanharam a notificação, mas ainda não há informações sobre encaminhamentos para os moradores.

A ocupação e o impasse - A maioria das famílias chegou ao local em novembro de 2024. Desde então, os moradores tentam estabelecer diálogo com a prefeitura em busca de alternativas habitacionais. Em uma tentativa de reunião no final do ano passado, um grupo chegou a ir até a sede do Executivo municipal, mas não conseguiu ser recebido.
O terreno abriga trabalhadores informais, imigrantes e famílias que vivem da agricultura de subsistência. Algumas já colhem o que plantaram, enquanto outras ainda constroem seus barracos.

Notificação entregue pela prefeitura a um dos moradores

A presença de imigrantes, especialmente venezuelanos, chama atenção. Muitos chegaram ao Brasil nos últimos anos e tentam se estabilizar. Sem trabalho fixo, enfrentam dificuldades para pagar aluguel e encontram na ocupação uma alternativa temporária.

Desafios urbanos em uma cidade que cresce - Campo Grande é reconhecida pelo planejamento urbano e qualidade de vida, mas o crescimento populacional impõe novos desafios. O setor habitacional exige soluções que conciliem regularização fundiária, políticas de assistência social e preservação da ordem urbana.
O impasse no Jardim Tarumã reflete essa realidade. Se por um lado a prefeitura busca garantir o uso correto do solo, por outro, as famílias esperam um diálogo sobre alternativas de moradia.

A Ehma ainda não se pronunciou sobre eventuais soluções para os moradores. Enquanto isso, a cidade segue enfrentando os desafios que vêm com seu próprio crescimento.