23 de janeiro de 2013 - 16h30

Corumbá sedia o melhor e mais tradicional carnaval de Mato Grosso do Sul

Carnaval
A festa ce­lebra e con­serva uma parte fun­da­mental da cul­tura e da his­tória do povo co­rum­ba­en - Divulgação

A baiana brinca de frevo, o ar­le­quim toca viola de cocho, o pes­cador dança ao lado do tuiuiú e do ja­caré ao som da mar­chinha: em qual outro lugar, que não o Car­naval de Co­rumbá, isso acon­te­ceria?

“Aqui, ritmos e tra­di­ções bra­si­leiras for­te­mente li­gadas ao car­naval con­vivem na mais per­feita har­monia com as­pectos da nossa cul­tura local”, ce­lebra Márcia Rolon, di­re­tora-pre­si­dente da Fun­dação de Cul­tura de Co­rumbá.
 
Para ela, isso ex­plica porque o car­naval co­rum­ba­ense é con­si­de­rado o me­lhor de todo o Centro-Oeste (e um dos me­lhores do Brasil) e atrai tu­ristas de todos os cantos do Brasil e do mundo.                      
 
A cen­te­nária festa agi­tará a ci­dade entre os dias 8 e 12 de fe­ve­reiro e, a partir deste ano, ganha o slogan “Carnaval Cultural: Patrimônio da Alegria”, uma forma de distinguir e valorizar a tradição da folia na história do município pantaneiro.
 
“Vamos mostrar que o carnaval faz parte da nossa cultura, não é só cinco dias de festa. Aqui, o carnaval, além de um momento de alegria, se mistura com toda a nossa arte e cultura. Essa festa começou em Corumbá e, a partir daqui, houve uma prospecção para todo o Estado”, explica Rolon. 
 
 
Tradição desde o século XIX
 
Fes­te­jado desde o final do sé­culo XIX, o car­naval de Co­rumbá é único e eclé­tico, pois atinge todos os pú­blicos e re­cebe in­fluên­cias de di­versas re­giões do País. Do Rio de Ja­neiro, graças à forte pre­sença de mi­li­tares da Ma­rinha, foi her­dado o gosto e a tra­dição pelo des­file de rua das es­colas de samba. Da Bahia vi­eram os blocos in­de­pen­dentes, que reúnem mi­lhares de fo­liões nas cinco noites de car­naval. A pe­cu­li­a­ri­dade local é o Car­naval Cul­tural e o des­file dos Corsos, Blocos de Frevo, Ala das Pas­toras, Bloco dos Pa­lhaços, Bloco dos Ma­ri­nheiros e dos Cor­dões Car­na­va­lescos.            
      
A festa ce­lebra e con­serva uma parte fun­da­mental da cul­tura e da his­tória do povo co­rum­ba­ense, re­lem­brando os an­tigos car­na­vais da Ci­dade Branca. “Só aqui os tu­ristas e fo­liões terão o pri­vi­légio de ver o ar­le­quim com viola de cocho nas mãos, a baiana e o pes­cador, juntos, brin­cando de mar­chinha e frevo. Ritmos e tra­di­ções bra­si­leiras for­te­mente li­gadas ao car­naval, con­vivem em Co­rumbá na mais per­feita har­monia com as­pectos da nossa cul­tura local”, afirma Rolon.
 
 
Capital do Pantanal
 
O ce­nário não po­deria ser me­lhor: a Ca­pital do Pan­tanal, ba­nhada pelo ex­tenso e cau­da­loso Rio Pa­ra­guai e re­pleta de his­tó­rias de grandes lutas, re­sis­tência e valor cul­tural para o País, o que pode ser con­tem­plado em seus inú­meros atra­tivos na­tu­rais e cul­tu­rais her­dados dos povos in­dí­genas, fron­tei­riços, eu­ro­peus e árabes.
 
Com­pondo a pai­sagem, o no­tável e re­co­nhe­cido con­junto ar­qui­tetô­nico de ex­pressão eclé­tica e art-déco, sur­gido          
        
em função do di­na­mismo flu­vial do grande co­mércio do fim do sé­culo XIX até o início do sé­culo XX. “Toda a parte do nosso pa­trimônio ma­te­rial e ima­te­rial está re­pre­sen­tada nesta que é a maior festa de car­naval do Centro-Oeste. Car­naval temos no Brasil todo, mas car­naval com des­file das es­colas de samba, mar­chi­nhas, cor­dões, pas­to­ri­nhas, pes­ca­dores, ma­ri­nheiros e muita tra­dição pan­ta­neira, só em Co­rumbá”, fi­na­liza Rolon.