Deputado pede mais tempo para decidir o futuro da pesca do dourado em MS
Com o fim da cota zero se aproximando, Neno Razuk sugere prorrogação da proibição até que uma nova lei seja aprovada
PESCAO futuro da pesca do dourado em Mato Grosso do Sul segue indefinido. A regra que proíbe a captura da espécie nos rios do estado vence em 31 de março, e a Assembleia Legislativa ainda não votou uma nova legislação. Para evitar que o prazo acabe antes de uma decisão definitiva, o deputado estadual Neno Razuk (PL) pediu ao governador Eduardo Riedel (PSDB) e ao Imasul (Instituto de Meio Ambiente de MS) que editem um decreto prorrogando a proibição.
A preocupação do parlamentar é simples: sem uma nova regra em vigor, a pesca do dourado ficaria automaticamente liberada, o que ele considera um retrocesso ambiental. “Não podemos aceitar a liberação do dourado. Mato Grosso do Sul é exemplo na preservação ambiental, mas na questão da pesca está ficando para trás”, disse Razuk durante sessão na Assembleia nesta quarta-feira (19).
O embate entre preservação e pesca - A polêmica começou em 2023, quando Neno apresentou um projeto que propunha cota zero para 29 espécies de peixes por cinco anos. A ideia não agradou pescadores profissionais nem amadores, que argumentaram que a proibição afetaria sua atividade econômica. Após pressão, a lista caiu para 12 espécies, mantendo o dourado entre elas.
Agora, a regra está prestes a expirar e a Assembleia precisa decidir se mantém a proibição, libera a pesca ou encontra um meio-termo. Enquanto isso, Razuk quer ganhar tempo para que a nova legislação seja discutida sem pressa.
Precisamos de estudos ou de decisão política? Os críticos da cota zero defendem que é necessário um levantamento técnico sobre a população de dourados nos rios sul-mato-grossenses antes de qualquer decisão. Para eles, sem dados concretos, a restrição pode ser excessiva.
O deputado, por outro lado, vê a questão de outra forma. “Para preservar o meio ambiente, não precisa de estudo. Quem precisa de estudo é quem quer depredar e destruir os rios”, afirmou.
O impasse não será resolvido rapidamente. Na próxima sexta-feira (21), a Assembleia realizará uma audiência pública para discutir o tema. Até lá, o futuro do dourado segue indefinido.