Altamiro Silva Junior | 17 de fevereiro de 2025 - 15h19

Sherwin-Williams compra Suvinil da Basf por US$ 1,15 bilhão e amplia presença no Brasil

Sherwin-Williams adquire Suvinil da Basf por US$ 1,15 bilhão. Transação inclui fábricas no Brasil e aguarda aprovação do Cade para conclusão em 2025.

ECONOMIA
Aquisição inclui fábricas, mil funcionários e reforça liderança da empresa no mercado de tintas decorativas - (Foto: Divulgação)

A Sherwin-Williams, gigante norte-americana do setor de tintas, anunciou nesta segunda-feira (17) a compra da Suvinil, tradicional marca brasileira controlada pela Basf, por US$ 1,15 bilhão (cerca de R$ 6,55 bilhões). O acordo também inclui a marca Glasu! e as fábricas em Jaboatão dos Guararapes (PE) e São Bernardo do Campo (SP), que juntas empregam mil funcionários.

A transação foi firmada em dinheiro, e a expectativa é que a conclusão ocorra no segundo semestre de 2025, após aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Mudança estratégica para a Basf - A Suvinil fazia parte da divisão de tintas decorativas da Basf, um segmento que a empresa alemã operava exclusivamente no Brasil. Em 2023, a unidade registrou receitas de US$ 525 milhões no país. Diante da falta de sinergia com suas demais operações globais, a Basf decidiu vender o negócio.

"Este negócio opera quase exclusivamente no Brasil e tem sinergias limitadas com outros negócios de revestimentos da Basf", afirmou a companhia alemã em comunicado oficial.

Expansão da Sherwin-Williams na América Latina - A compra da Suvinil fortalece a presença da Sherwin-Williams na América Latina, consolidando sua participação no mercado brasileiro de tintas decorativas, estimado em R$ 12 bilhões anuais.

"Há mais de 60 anos, a Suvinil é sinônimo de inovação e qualidade. O negócio é altamente complementar ao da Sherwin-Williams na América Latina, já que a marca Suvinil é bem conhecida", destacou Heidi G. Petz, presidente e CEO da Sherwin-Williams.

A Sherwin-Williams já possui forte atuação no Brasil, com produtos voltados para construção civil e acabamentos industriais. Com a aquisição da Suvinil, a empresa passa a controlar uma das marcas mais tradicionais e reconhecidas do país, fundada em 1961 por Olócio Bueno e incorporada pela Basf em 1969.

O que muda para o consumidor?

Apesar da troca de controle, a expectativa é que a marca Suvinil continue ativa no mercado, mantendo sua identidade e tradição. Com o know-how da Sherwin-Williams, o consumidor pode esperar mais investimentos em inovação e tecnologia, além de um possível fortalecimento da distribuição dos produtos no Brasil e no exterior.

Agora, a conclusão do negócio depende do aval do Cade, que analisará se a aquisição impacta a concorrência no setor. Se aprovada, a transação marcará uma das maiores movimentações do mercado de tintas no Brasil nos últimos anos.