Redação | 14 de fevereiro de 2025 - 07h50

Diretor da Penitenciária de Dourados usará tornozeleira eletrônica após operação contra corrupção

Investigação teve início no ano passado, quando surgiram indícios de que um policial penal estaria facilitando a entrada de drogas e celulares na unidade prisional

OPERAÇÃO SÁTRAPA
Polícia Federal informou que foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Dourados, Rio Brilhante, Naviraí e Marília (SP) - (Foto: Divulgação)

A operação "Sátrapa", deflagrada nesta quinta-feira (13), levou ao afastamento do diretor da Penitenciária Estadual de Dourados (PED), Rangel Schveiger, que agora deverá utilizar tornozeleira eletrônica. A ação, conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), investiga crimes como homicídio, tráfico de drogas e corrupção dentro do presídio.

A Polícia Federal informou que foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Dourados, Rio Brilhante, Naviraí e Marília (SP). A investigação teve início no ano passado, quando surgiram indícios de que um policial penal estaria facilitando a entrada de drogas e celulares na unidade prisional. Esse servidor acabou preso em flagrante em julho de 2024, ao transportar cerca de 1,5 kg de entorpecentes para dentro do presídio.

Durante as apurações, a polícia encontrou evidências que apontam a participação de policiais penais em um homicídio dentro da penitenciária. Conforme as investigações, um detento supostamente ligado a uma facção criminosa teria ordenado o assassinato.

Diante da situação, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) designou interventores para assumir temporariamente a administração da PED. Em nota oficial, o órgão reiterou seu compromisso com a legalidade, a ética e a transparência na gestão do sistema penitenciário.

A Penitenciária Estadual de Dourados é a maior unidade prisional de Mato Grosso do Sul, com aproximadamente 2,5 mil internos.

A operação recebeu o nome de "Sátrapa" em referência aos governadores das províncias do antigo Império Persa, que muitas vezes exerciam seu poder de maneira arbitrária e tirânica. Registros históricos indicam que alguns desses governantes condenavam opositores a serem lançados em covas com leões, fazendo um paralelo com os crimes investigados na ação.

A FICCO, responsável pela operação, é composta por agentes da Polícia Federal, Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal Estadual e Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

Confira nota da Agepen na íntegra:

A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) informa que está acompanhando a operação conduzida pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO) na Penitenciária Estadual de Dourados (PED), que resultou no afastamento do diretor Rangel Schveiger.
Para garantir a continuidade da gestão, a Agepen designou interventores que responderão pela administração da unidade pelo período necessário. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência, a legalidade e a ética na administração penitenciária.
Esclarecimentos sobre a operação em andamento devem ser obtidos diretamente com a FICCO.