Ricardo Eugenio | 03 de fevereiro de 2025 - 17h28

Mato Grosso do Sul terá a 1ª Shortline do Brasil e investimentos bilionários na logística

Com 47 km, será a primeira Shortline do Brasil, ligando a fábrica de celulose ao corredor de exportações

EXPORTAÇÃO DE CELULOSE
Reunião de secretários de MS com o governo federal, na semana passada - (Foto: Divulgação/Semadesc)

O Mato Grosso do Sul está prestes a dar um salto logístico com a construção da primeira ferrovia Shortline do Brasil, um modelo estratégico de curta distância que conectará diretamente o Projeto Sucuriú da Arauco, em Inocência, à Malha Norte. A obra, que será um marco para o setor ferroviário nacional, tem início previsto para setembro deste ano, após aprovação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

O projeto será impulsionado pelo investimento bilionário de US$ 4,6 bilhões da Arauco, empresa chilena de celulose, e promete integrar a produção sul-mato-grossense ao corredor de exportações do Porto de Santos (SP), reforçando a posição do estado como um hub logístico estratégico.

Datas e cronograma:

Por dentro do projeto Shortline

Com apenas 47 km de extensão, a ferrovia Shortline fará a conexão direta entre a fábrica da Arauco e a Malha Norte, um trecho fundamental para agilizar o transporte da celulose até os portos. Diferentemente das longas malhas ferroviárias tradicionais, o modelo Shortline foca em trechos curtos, otimizando o transporte de cargas específicas com menor custo e maior eficiência.

“O transporte ferroviário é um elemento estratégico para o Mato Grosso do Sul, e essa ferrovia é um passo decisivo para garantir a competitividade do estado no mercado internacional”, afirmou Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Semadesc).

Impacto econômico e logístico

A revitalização da Malha Oeste: uma estratégia complementar - Além da Shortline, o estado se prepara para a revitalização da Malha Oeste, um projeto que prevê a modernização do trecho entre Corumbá e Porto Esperança, a rebitolagem da linha que conecta Campo Grande a Três Lagoas e a construção de um novo trecho ferroviário entre Três Lagoas e Aparecida do Taboado.

A revitalização da Malha Oeste permitirá que empresas como Suzano e Bracell utilizem a malha para escoar suas produções de forma mais eficiente. “A modernização é essencial para melhorar o escoamento de grãos, celulose e outros produtos até o Porto de Santos, reduzindo custos logísticos e promovendo a competitividade do estado”, destacou Verruck.

Investimentos previstos na Malha Oeste:

O novo marco regulatório das ferrovias - A ferrovia da Arauco será a primeira autorizada no Brasil sob o novo marco regulatório das ferrovias, que permite maior flexibilidade para projetos privados. O modelo de autorização simplificada facilita a criação de linhas como a Shortline, reduzindo a burocracia e acelerando os investimentos no setor.

“A regulamentação veio em boa hora. Esse projeto não só será pioneiro como mostrará ao Brasil a importância de linhas ferroviárias curtas e estratégicas para conectar grandes produções aos mercados internacionais”, explicou Verruck.