Júnior Franco Roza tem uma rotina que mistura garimpo, negócios e um pouco de sonho. Dono da Bella Pedra Cristais, ele viu seu pequeno empreendimento em Campo Grande se transformar em uma referência global de exportação de pedras naturais. A virada veio com o apoio estratégico do Sebrae e contatos internacionais que hoje conectam as jazidas de Mato Grosso do Sul ao luxo de Dubai, Suíça e Japão.

Mas nem sempre foi assim. “A gente tinha a vontade de vender para fora, mas não sabia como. O Sebrae nos deu o caminho”, conta Roza, lembrando como o primeiro contato com a instituição, em 2023, mudou a rota da empresa.

De onde vêm as pedras que atravessam oceanos - No interior de Mato Grosso do Sul, quatro minas sustentam o sucesso da Bella Pedra:

• Jaspe, extraída em São Gabriel do Oeste;

• Calcita Amarela, retirada das minas em Bodoquena;

• Calcita Branca, explorada em Bela Vista;

• Ametista, extraída em Caracol.

As pedras não ficam restritas ao mercado local. São transformadas em brincos, colares, luminárias e peças decorativas de design sofisticado. “Mato Grosso do Sul tem muito potencial mineral. Fomos descobrindo isso aos poucos, com muitos estudos”, explica o empresário.

A primeira exportação: um marco em 2024 - Foi apenas no ano passado que a Bella Pedra fez sua primeira exportação, para Portugal, após participar do programa Agentes Locais de Inovação (ALI) e da qualificação no PEIEX, da Apex Brasil. De lá, as oportunidades se multiplicaram.

O ponto de virada aconteceu em novembro de 2024, na feira Exporta Mais, promovida pelo Sebrae. “Fechamos negócio com compradores de Dubai e mostramos nossos produtos para investidores da Suíça e Japão. Tudo aconteceu rápido”, lembra Roza. O resultado? Um aumento de 40% no faturamento.

Sustentabilidade: da mina ao mercado global - A Bella Pedra também ganhou força no mercado internacional graças ao foco na mineração sustentável. Com o apoio do Sebrae, a empresa regularizou suas licenças e adotou práticas ambientais rigorosas.

“A sustentabilidade não é só marketing. É algo que faz parte da nossa estratégia de longo prazo. Hoje, as empresas no exterior exigem isso”, destaca Roza.

Planos para o futuro: 20 minas e expansão internacional - Com o mercado internacional aberto, o empresário já pensa em ampliar as operações. “Queremos registrar mais 20 minas nos próximos anos e levar nossas pedras a ainda mais países”, afirma.

O entusiasmo vem das possibilidades que antes pareciam distantes. “Hoje, temos um outro olhar. Exportar deixou de ser um sonho para se tornar uma estratégia de crescimento real”, conclui Roza, olhando para o futuro — e para o chão, onde jazem suas maiores riquezas.