MS amplia cultivo de amendoim e se consolida como segundo maior produtor do País
Com crescimento acelerado, Estado expande área plantada e atrai investimentos para beneficiar produção local
DESENVOLVIMENTOMato Grosso do Sul, historicamente conhecido pela força na produção de soja, criação de gado e celulose, vive uma transformação agrícola significativa. Com a aposta na diversificação produtiva, o Estado se tornou o segundo maior produtor de amendoim do Brasil, atrás apenas de São Paulo. A projeção para a safra 2024/2025 reflete o sucesso dessa estratégia: a área plantada deve atingir 42,3 mil hectares, um crescimento de 99,5% em relação ao ciclo anterior. Já a produção deve mais que dobrar, alcançando 95,7 mil toneladas.
Essa expansão é resultado direto das políticas de incentivo implementadas pelo Governo do Estado, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). Segundo o secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta, as ações para fomentar o cultivo começaram há cerca de quatro anos e têm dado frutos significativos. “Fechamos o ano passado com mais de 20 mil hectares plantados. Para este ano, a previsão da Conab aponta que superaremos os 40 mil hectares. Temos espaço disponível para expandir ainda mais e já conseguimos atrair uma empresa de beneficiamento para o Estado”, afirmou.
No último dia 24, Glória de Dourados foi palco do 2º Dia do Amendoim, evento que reuniu mais de mil visitantes, entre agricultores e especialistas. Organizado pela Amendoglória, o encontro trouxe debates e palestras sobre tecnologia, sustentabilidade e rentabilidade do cultivo de amendoim. A programação destacou o papel da cultura como alternativa para áreas arenosas e na intensificação de áreas de pastagem, além de seu potencial para integrar a reforma de canaviais.
“O amendoim é uma excelente opção para solos onde o risco de plantio de soja é maior. Esse evento é parte da estratégia do Governo para diversificar a cesta de produtos agrícolas do Estado, promovendo crescimento sustentável com o uso de tecnologia”, explicou Beretta durante sua apresentação.
Outro destaque foi a participação de Fernando Nascimento, coordenador do Prosolo (Plano Estadual de Manejo e Conservação do Solo e Água). Ele reforçou a importância da adoção de práticas sustentáveis no avanço da cultura, considerando os desafios ambientais.
A chegada de indústrias de beneficiamento é outro fator que impulsiona o desenvolvimento da cultura do amendoim no Estado. A Casul, cooperativa tradicional e exportadora do produto, está instalando uma unidade em Bataguassu, o que promete consolidar um encadeamento produtivo local. “Hoje, indústrias de alimentos do Estado processam amendoim vindo de outros estados. Com a produção local abastecendo essas demandas, geramos mais valor agregado e fortalecemos a economia regional”, destacou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
Ele ressaltou ainda que Mato Grosso do Sul pode se tornar o Estado com a maior taxa de crescimento na área plantada de amendoim no Brasil. Para isso, eventos como os Dias de Campo desempenham papel crucial, apresentando tecnologias e incentivando produtores a investir na leguminosa como alternativa rentável, especialmente para a safra de verão.
A safra 2023/2024 já demonstrou a força do amendoim no Estado, com 21,2 mil hectares plantados e produção de 42,5 mil toneladas. Para o ciclo 2024/2025, a previsão é de quase dobrar esses números, reforçando Mato Grosso do Sul como uma potência emergente no setor. Além disso, o cultivo da leguminosa favorece a rotação de culturas e aproveita áreas que antes apresentavam desafios para outras plantações, como solos arenosos.