Carlos Guilherme | 22 de janeiro de 2025 - 10h00

Pantanal tem aumento de 79% nas áreas de hectares queimados

Bioma enfrenta impacto severo em ano marcado pelo El Niño e alta de queimadas no Brasil

AUMENTO
Área do Pantanal afetada pelas queimadas em 2024, evidenciando a urgência de medidas de conservação. - (Foto: Arquivo)

Dados revelas hoje (22) pelo MapBiomas indica que o Pantanal teve 1,9 milhão de hectares consumidos pelo fogo em 2024. O número reflete a gravidade da temporada de queimadas no Brasil, que registrou um aumento de 79% na área afetada em comparação a 2023, com um total de 30,8 milhões de hectares queimados.

O crescimento das áreas queimadas no Brasil está associado ao longo período de seca provocado pelo fenômeno El Niño, que aquece anormalmente as águas do Oceano Pacífico. Segundo o MapBiomas, as condições climáticas extremas intensificaram uma crise ambiental já impulsionada por atividades humanas.

Além do Pantanal, outros biomas sofreram severos impactos. A Amazônia lidera com 17,9 milhões de hectares queimados, seguida pelo Cerrado, que teve 9,7 milhões de hectares afetados, sendo 85% de vegetação nativa.

Embora os números do Pantanal sejam menores do que os registrados na Amazônia ou Cerrado, o impacto no bioma é significativo devido à sua biodiversidade e importância ecológica. As queimadas afetaram pastagens naturais e áreas de vegetação nativa, agravando problemas ambientais já enfrentados pela região.

Bombeiros atuaram em peso no combate aos incêndios no Pantanal - (Foto: Arquivo)

Em comparação, a Mata Atlântica registrou 1 milhão de hectares queimados, enquanto a Caatinga e o Pampa tiveram 330 mil e 3,4 mil hectares atingidos, respectivamente.

Vera Arruda, pesquisadora do MapBiomas, reforça a importância de ações preventivas e de conscientização: “No Pantanal, como em outros biomas, o impacto das atividades humanas se soma às mudanças climáticas, ampliando os danos”.

Cuidados e planejamento - Como noticiado ontem (21) pelo portal A Crítica, o Governo de Mato Grosso do Sul está implementando medidas para modernizar o licenciamento do Manejo Integrado do Fogo (MIF), com o objetivo de reduzir os riscos de incêndios florestais no estado, especialmente no Pantanal.

A iniciativa busca agilizar processos e garantir mais segurança e eficiência para as queimadas controladas, que são autorizadas durante períodos específicos para prevenir a propagação descontrolada do fogo no inverno, quando as condições climáticas são mais críticas.

Segundo o diretor-presidente do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), André Borges, a modernização do MIF surge da necessidade de atender às demandas de produtores rurais, entidades de classe, Ministério Público e outros agentes envolvidos no processo.

"Estamos discutindo mudanças no processo de licenciamento. Ainda nesta semana, haverá uma reunião ampliada para avançar no tema", afirmou Borges. As alterações previstas buscam tornar o procedimento mais ágil e eficiente, respeitando as condições ambientais e garantindo o controle do fogo.