Após vitória de Fernanda Torres, Bolsonaro volta a criticar Lei Rouanet; filme não usou verba
Bolsonaro critica Lei Rouanet após vitória de Fernanda Torres no Globo de Ouro, mas filme premiado não usou recursos do incentivo cultural.
POLÍTICANa madrugada da última segunda-feira, 6 de janeiro de 2025, enquanto Fernanda Torres brilhava no palco do Globo de Ouro ao receber o prêmio de Melhor Atriz em Filme de Drama, Jair Bolsonaro acendia mais uma chama no debate sobre a Lei Rouanet. A atriz, premiada por sua atuação no filme “Ainda Estou Aqui”, parecia alheia às polêmicas que ecoavam no mundo digital, mas o embate político já estava em curso.
Horas após a vitória, Bolsonaro publicou em sua conta no X (antigo Twitter) uma mensagem que, apesar de não citar diretamente o prêmio de Torres, sugeria uma crítica indireta ao financiamento de produções culturais por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Segundo o ex-presidente, o recurso seria desviado de prioridades, como infraestrutura.
Confira a postagem do Bolsonaro:
No entanto, a ironia do momento veio à tona: o filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, não utilizou recursos da Lei Rouanet. A informação foi confirmada por fontes ligadas à produção, que reforçaram que o longa foi financiado por meio de patrocínios privados e parcerias internacionais.
Mesmo assim, os apoiadores de Bolsonaro nas redes sociais não se deram por satisfeitos. Comentários inflamados misturavam críticas ao governo Lula, ao filme e à figura de Eunice Paiva, personagem central da trama e interpretada por Fernanda Torres. Eunice Paiva, mãe do escritor Marcelo Rubens Paiva, tornou-se símbolo da luta pelos direitos humanos após o desaparecimento do marido, o deputado federal Rubens Paiva, durante a ditadura militar.
O presidente do Globo de Ouro, durante seu discurso de abertura, exaltou a vitória de Fernanda como um marco para o cinema latino-americano. A atriz, por sua vez, dedicou o prêmio à mãe e ao pai de Marcelo Rubens Paiva, encerrando sua fala com a frase: “A memória é a base para que nunca mais se repita”.
Assista ao momento:
O embate entre arte e política segue como um roteiro conhecido no Brasil. Enquanto Fernanda Torres acumula mais de 3 milhões de seguidores no Instagram desde sua vitória, Bolsonaro mantém suas críticas e seguidores fiéis mobilizados. Ambos, cada um à sua maneira, continuam a influenciar a narrativa nacional.