Ricardo Eugenio | 30 de dezembro de 2024 - 16h56

Banco Central fecha o ano com leilão de US$ 1,8 bilhão para conter alta do dólar

Mesmo com injeção de mais de US$ 32 bilhões em dezembro, moeda norte-americana encerra o ano acima de R$ 6

LEILÃO DE DÓLAR
Banco Central encerra 2024 com leilão de US$ 1,8 bi para conter dólar, que fecha acima de R$ 6. - (Foto: Arquivo)

No último pregão de 2024, realizado nesta segunda-feira (30), o Banco Central (BC) lançou mão de mais um leilão à vista, ofertando US$ 1,815 bilhão no mercado cambial. A operação, típica em momentos de pressão sobre o câmbio, teve como objetivo reduzir a alta do dólar, que chegou a R$ 6,24 no início da tarde, com uma valorização de 0,84% no dia.

O resultado do leilão será liquidado em 2 de janeiro de 2025, marcando o primeiro movimento do BC no novo ano. Em dezembro, a autoridade monetária já havia injetado US$ 32,6 bilhões no mercado de câmbio, uma das maiores atuações do órgão nos últimos anos, tentando amenizar a escalada da moeda americana.

Como funcionam os leilões de dólar? Nos leilões à vista, como o desta segunda-feira, o BC vende diretamente dólares das reservas internacionais para o mercado. O objetivo é aumentar a oferta da moeda e, assim, reduzir a cotação do dólar frente ao real.

Já nos leilões de linha, o BC vende dólares com um compromisso pré-estabelecido de recompra futura, em data e cotação definidas. Essa modalidade funciona como um empréstimo temporário de dólares ao mercado, com garantia de retorno às reservas.

Ambas as operações têm o mesmo objetivo: conter a desvalorização do real ao aumentar a disponibilidade da moeda norte-americana no mercado.

Intervenções ao longo do ano - A atuação do Banco Central no câmbio ganhou força nos últimos meses de 2024, com sucessivos leilões em dezembro. Confira os principais momentos:

O que esperar para 2025? Apesar das fortes intervenções em dezembro, o dólar manteve-se acima dos R$ 6 por boa parte do mês, refletindo a cautela dos investidores com o cenário fiscal brasileiro e as incertezas políticas.

O próximo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que assume em 1º de janeiro de 2025, terá o desafio de equilibrar as expectativas do mercado, evitar a volatilidade cambial e fortalecer a confiança na política monetária brasileira.