Avião que capotou no Pantanal estava regular, afirma delegada
Delegada esclarece que avião capotado no Pantanal era usado para fins privados e estava regular.
ACIDENTENa última sexta-feira (27), um avião monomotor modelo Cessna Aircraft (PT-WPI) capotou durante uma tentativa de decolagem em uma fazenda na região pantaneira de Aquidauana, Mato Grosso do Sul. Apesar do susto e dos ferimentos leves entre os ocupantes, a delegada Ana Cláudia Medina, diretora do Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado), esclareceu que a aeronave estava em situação regular.
A aeronave, fabricada em 1997 e pertencente à empresa Ibitiguaia Agropecuária LTDA, estava registrada como uso privado no Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Segundo Medina, embora o avião não tenha autorização para realizar táxi aéreo, ele não estava sendo usado para transporte remunerado no momento do acidente.
Um voo privado e autorizado - De acordo com a delegada, o avião servia exclusivamente às necessidades logísticas dos proprietários da fazenda e sócios. “Essa aeronave atende os proprietários da fazenda ali, todos os sócios, porque não há outro meio de deslocamento. Não estava em voo irregular nessa questão de táxi aéreo”, explicou Medina.
O piloto, um profissional experiente com 25 anos de atuação na região, estava realizando um voo de rotina para atender às demandas da propriedade rural.
O acidente - Durante a tentativa de decolagem, a aeronave enfrentou dificuldades e acabou capotando em uma área de difícil acesso. O resgate, coordenado pelo DOF (Departamento de Operações de Fronteira) e pela CGPA (Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo), foi feito com o auxílio de um helicóptero. Em menos de duas horas, as vítimas foram localizadas e encaminhadas para atendimento médico.
O piloto, de 65 anos, sofreu um hematoma na cabeça, enquanto a passageira, de 55 anos, relatou dores no tórax. Ambos estavam conscientes e orientados durante o resgate. Um terceiro ocupante da aeronave saiu ileso.
Uso de aeronaves privadas na região pantaneira - O uso de aviões para deslocamento em áreas remotas do Pantanal é uma prática comum. Muitas propriedades rurais dependem dessas aeronaves para transporte de pessoas, medicamentos, alimentos e outros suprimentos essenciais.
No entanto, existe uma diferença crucial entre transporte privado e táxi aéreo. Para que um avião realize voos comerciais remunerados, ele precisa de uma autorização específica da Anac, além de seguir rigorosos padrões de manutenção e operação.
“Se ela tiver que ser utilizada em táxi aéreo, ou seja, cobrar para transportar passageiros, aí ela precisaria de autorização da Anac. Mas não era o caso”, reforçou Medina.
Investigação segue em andamento - Apesar de não haver indícios de irregularidades, as causas do acidente ainda serão investigadas pelas autoridades competentes. A Anac e o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) devem analisar os fatores que levaram ao capotamento durante a decolagem.
Enquanto isso, a empresa proprietária da aeronave, Ibitiguaia Agropecuária LTDA, não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido.