No coração do Pantanal sul-mato-grossense, onde a natureza se impõe em uma sinfonia de águas, pássaros e felinos de olhar penetrante, está a Caiman, uma das pousadas mais icônicas do Brasil. Em dezembro de 2024, o empreendimento entrou para um seleto grupo de propriedades ao redor do mundo: a The Gold List 2025, da prestigiada revista Condé Nast Traveler.

A lista, que há 31 anos seleciona hotéis e resorts que ultrapassam os limites da hospitalidade tradicional, destacou a Caiman não apenas pelo luxo rústico de suas instalações ou pelos safáris fotográficos espetaculares, mas por algo mais profundo: o impacto real e palpável no ambiente onde está inserida.

A jornalista Sarah Marshall, que passou uma temporada na propriedade, fez uma declaração que resume bem o espírito do lugar: “A Caiman é a resposta da América do Sul para o Delta do Okavango, sem nenhuma das badalações ou multidões”.

Do gado às onças-pintadas - A história da Caiman começa com Roberto Klabin, um visionário que, há mais de três décadas, olhou para a fazenda de sua família e enxergou mais do que pastagens e criação de gado. Em um período onde o Pantanal era visto apenas como um imenso pântano infestado de insetos, Klabin decidiu que aquele pedaço de terra merecia ser preservado — e mais, que poderia ser compartilhado com o mundo.

Foi assim que a fazenda se transformou em um refúgio ecológico de luxo, combinando o universo bucólico das fazendas pantaneiras com um turismo consciente e profundamente conectado à conservação ambiental.

Hoje, quem visita a Caiman não faz apenas check-in em uma pousada de alto padrão. Os hóspedes embarcam em safáris diurnos e noturnos, participam de cavalgadas pelas matas ciliares e acompanham de perto o trabalho de projetos de conservação como o Onçafari, que se dedica a habituar as onças-pintadas à presença humana sem interferir no comportamento selvagem dos animais.

Entre hóspedes e onças-pintadas - O projeto Onçafari é, sem dúvida, um dos pilares que sustentam o sucesso da Caiman. Graças a anos de trabalho árduo, o som dos motores dos veículos de safári deixou de ser um alerta de perigo para as onças e passou a ser quase um sinal de boas-vindas. Os encontros com esses felinos, antes raríssimos, tornaram-se frequentes e emocionantes.

Na prática, cada hóspede da Caiman contribui diretamente para a conservação desse bioma único. Parte do valor pago pelas diárias é reinvestido nos projetos ambientais locais, transformando cada visita em um ato de responsabilidade ecológica.

A experiência Caiman - Os quartos da Caiman misturam conforto sofisticado com a rusticidade charmosa do Pantanal. Redes nas varandas convidam para contemplar o pôr do sol mais laranja do Brasil, enquanto os sons da natureza compõem a trilha sonora perfeita.

O cardápio, por sua vez, traz ingredientes frescos da região, com destaque para pratos que mesclam tradições pantaneiras e técnicas refinadas de alta gastronomia.

Mas é fora das paredes da pousada que a magia realmente acontece. Cavalgar sob um céu pontilhado de estrelas, ouvir o rugido de uma onça ecoando ao longe e observar araras azuis cruzando o céu ao amanhecer são experiências que transcendem qualquer definição de turismo de luxo.

Reconhecimento merecido - A The Gold List 2025 não é apenas mais um prêmio na prateleira. Ela é um selo de qualidade global, uma espécie de Oscar do turismo. Fazer parte dessa lista significa que a Caiman não é apenas uma pousada bem gerida — ela é um lugar que deixa marcas emocionais em seus visitantes.

Sarah Marshall, em sua descrição para a Condé Nast Traveler, faz um elogio raro no mundo do turismo de luxo: “A Caiman é uma joia isolada, onde o silêncio tem som, a natureza tem cheiro e cada detalhe parece fazer parte de uma coreografia cuidadosamente ensaiada entre homem e ambiente”.

O Pantanal para o mundo - O reconhecimento internacional da Caiman vai além do turismo. Ele reforça a importância do Pantanal, um bioma frequentemente ameaçado por incêndios, exploração desenfreada e negligência política.

Cada hóspede que chega à pousada leva consigo mais do que fotos bonitas; leva histórias para contar e, talvez, uma nova perspectiva sobre conservação ambiental.

A Caiman não é apenas um destino. É um símbolo do que é possível quando turismo, sustentabilidade e paixão pela natureza se encontram. E agora, com o selo dourado da The Gold List 2025, esse símbolo ganha ainda mais força e visibilidade no cenário global.