Justiça reforça decisão da FFMS e mantém afastamento de Francisco Cezário
Justiça mantém Francisco Cezário afastado da presidência da FFMS. Eleição para novo presidente será em abril de 2025.
FORA DO JOGOA saga de Francisco Cezário de Oliveira, outrora o todo-poderoso da Federação Estadual de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), ganhou mais um capítulo nesta última quinta-feira (19 de dezembro). O ex-presidente, afastado do cargo no rastro da operação Cartão Vermelho, teve negado o pedido de liminar para retornar à cadeira que ocupou durante anos.
A decisão veio da juíza Cintia Xavier Letteriello, da 4ª Câmara Cível de Campo Grande, que foi taxativa ao rejeitar o pedido: “As deliberações da Assembleia da FFMS são soberanas e não apresentam irregularidades”. Para ela, não havia risco de dano irreparável que justificasse uma reviravolta no caso.
Assembleias, prisões e medidas cautelares - A história de Cezário começou a desmoronar com a operação Cartão Vermelho, conduzida pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que apurava irregularidades na gestão da FFMS. Em maio, ele chegou a ser preso preventivamente e, embora liberado posteriormente por habeas corpus, teve que usar tornozeleira eletrônica e está proibido de exercer funções na Federação.
Na sequência, uma assembleia extraordinária convocada pelos clubes e filiados selou seu afastamento. A reunião, considerada legítima pela Justiça, reforçou a ideia de que o futebol do Estado precisava de uma nova liderança.
Eleições à vista - Com o afastamento confirmado, os clubes já têm data para decidir o futuro da FFMS. A eleição para escolher o novo presidente será em abril de 2025, e os candidatos, previamente aprovados pela comissão eleitoral, deverão disputar um cargo que há muito parecia ser uma extensão do mandato vitalício de Cezário.
A soberania do futebol - Para a juíza, a situação de Cezário é mais administrativa do que judicial. “O processo interno da FFMS e as investigações criminais não estão diretamente conectados”, afirmou na decisão. O que se evidencia, no entanto, é a necessidade de virar a página na história da Federação, marcada por anos de liderança concentrada e, agora, por suspeitas de má gestão.
Entre gols e cartolas - Enquanto o futebol sul-mato-grossense se prepara para um novo ciclo, o episódio deixa uma lição sobre governança e o peso das instituições no esporte. A decisão da Justiça, ao mesmo tempo que preserva os ritos democráticos da FFMS, sinaliza que mesmo os "donos da bola" precisam respeitar as regras do jogo.